Mais humanidade, mais propósito!

Tenho me dividido entre a gestão de pesquisas de opinião e de mercado e a realização de palestras para diferentes públicos, relatando "o que …

Tenho me dividido entre a gestão de pesquisas de opinião e de mercado e a realização de palestras para diferentes públicos, relatando "o que pensa e o que espera a sociedade". Em cada pesquisa realizada verifico indicadores mais críticos, mais instáveis, mais negativos. Seja pesquisas que mostram consumidores empoderados, mais exigentes, críticos e insatisfeitos. Seja pesquisas de opinião que refletem cidadãos mais descrentes, apáticos e sem esperanças. A cada palestra que profiro destaco a necessidade da busca pelo "propósito", de resgatar os valores, de se ter crença. É necessário estabelecer novas práticas, que tenham sentido, que tragam identidade na relação humana (seja ela uma relação de mercado ou política).
As relações precisam ser menos mecânicas e mais orgânicas. O princípio é simples: "tanto o produto, marca ou a plataforma política precisa estar imbuída de "verdade", fazer ou servir ao que se propôs.  E, tanto o produto quanto a ação política precisa ter "simplicidade" ou seja, fazer sentido, ter utilidade para quem consome ou acredita. As pessoas estão cansadas de comprar ou escolher "gato por lebre". Este debate remete a obra de REIMAN (2013)* que apregoa que "a humanidade deve estar presente nos negócios" e reitero, a humanindade se faz necessária em todas as relações sociais e é vital na política.
Para se ter propósito é necessário "tomar uma posição", acreditar em algo. Este propósito precisa virar uma prática que seja boa para os dois lados, deve ser um "ganha-ganha". No mundo dos negócios deve resultar em satisfação para o consumidor e lucratividade para as empresas. Na política deve trazer a ampliação do bem comum e líderes inspiradores. Para que o propósito seja mantido é necessário uma liderança que tenha valores definidos e os mantenha, com capacidade de reavaliação e atualização do propósito conforme avança a sociede e que consiga unir os colaboradores ou a sociedade em torno deste propósito.
"O propósito dos negócios não é simplesmente o de gerar valor, mas sim o de atribuir maior valor à vida das pessoas. Quando isso acontece, nossas empresas vão lucrar no curto prazo, na próxima década, e o mundo lucrará no longo prazo, no próximo século."
*REIMAN, Jaime. Propósito: Porque ele engaja colaboradores, constrói marcas fortes e empresas poderosas. São Paulo, Editora HSM, 2013.

Autor
Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em 1996 e tem a ciência como vocação e formação. Socióloga (MTB 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem especialização em Ciência Política pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Elis é conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado. Tem coluna publicada semanalmente em vários portais de notícias e jornais do RS. E-mail para contato: [email protected]

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