Mercados emotivos

As empresas que fabricam e as que comercializam móveis para quartos de bebês e infantis praticamente não sentem a crise. Conforme fabricantes e varejistas, …

As empresas que fabricam e as que comercializam móveis para quartos de bebês e infantis praticamente não sentem a crise. Conforme fabricantes e varejistas, este mercado está bem porque traz um componente importantíssimo: a emoção. Os pais não são racionais ao comprarem os móveis (não só móveis, mas também roupas, brinquedos, etc) para o quarto de seus filhos. Um filho (fui saber disto mesmo somente depois do nascimento do meu filho) é o maior "abridor" de carteiras. É dificílimo ser racional ao comprar QUALQUER coisa para um filho. A tendência a se gastar mais é total. Porque um pai ou uma mãe (ou também um avô, uma avó, um tio ou uma tia) querem dar tudo de bom para o seu filho. Querem dar todas as coisas boas da vida. Aquelas que elas tiveram e aquelas que eles não tiveram. Além disto, há o fator inocência da criança, que vê a vida com outros olhos, de pureza. Desta forma, o mercado infantil é garantia de bons negócios.
Outro segmento igualmente repleto de emoções (e mais comentado do que o anterior, acima) é o do esporte. A paixão clubística, no caso do futebol, ou a adrenalina, alegria, saúde, vibração e beleza, no caso de outras modalidades (não que o futebol não inclua estas, mas certamente o grande diferencial deste é a paixão) são elementos emocionais que estão agregados ao esporte. Empresas patrocinadoras (como Fiat, Vivo, Volkswagen, Gillette, Visa) já perceberam que estarem associadas ao esporte resulta em um grande negócio, incrementando vendas e market share. Há diversos estudos disponíveis mostrando os resultados amplamente positivos de empresas que participam e investem no esporte (como foi quando o Banco do Brasil tinha um clientela envelhecida e decidiu investir em vôlei, na década de 80).
Finalmente, um setor ainda muito pouco explorado do ponto de vista comercial e que envolve emoção é o das escolas de samba. As pessoas que gostam de uma escola gostam muito. São simpatizantes, têm um elo emocional e fidelidade fortíssima para com a sua escola do coração. Assim, trabalhar as escolas de maneira mais profissional (do ponto de vista mercadológico) gerará grandes resultados.
Os três exemplos estão unidos em torno do fator emocional, paixão, fidelidade. Este é um ingrediente extremamente diferenciador. Investir, por exemplo, no clube ou na escola de coração de uma pessoa é conseguir um atalho direto ao seu coração. É a maneira de falar-lhe de forma mais direta e rápida. E, outro aspecto muito importante, sem a rejeição natural que há para com as mensagens publicitárias contidas em revistas, jornais, TV, Internet e rádio.
O sonho de toda marca é conseguir um relacionamento emocional fiel e duradouro com os públicos de seu interesse. Há alguns caminhos para se fazer isto. Alguns conhecidos, outros nem tanto. Quem se adiantar e for pioneiro, terá a grande vantagem competitiva.
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Seth Godin, 204 páginas
A Vaca Roxa

Como Transformar Sua Empresa e Ganhar o Jogo Fazendo o Inusitado
Em um mundo saturado de informação, a propaganda não é mais capaz de ajudar as empresas a vender produtos comuns para pessoas comuns. O mercado de massa que construiu tantas marcas excepcionais já não consegue sustentar sua empresa. As empresas, suas marcas e suas carreiras precisam de algo além de jingles, slogans e anúncios bonitinhos para se destacar na multidão. Ser suficientemente bom já não é suficientemente bom. Somente o que for excepcional, incrível e notável tem alguma chance de tornar-se conhecido, comentado e lucrativo. Este livro ajudará os leitores a conseguir dar destaque a seus negócios no ambiente competitivo atual.

Abaixo, alguns tópicos abordados neste livro:

?Insuficiência de "Ps"

?O novo "P"

?Por que você precisa de uma Vaca Púrpura

?A morte do complexo industrial televisivo

?Idéias que se disseminam, vencem

?Nem todos os clientes são iguais

?A lei dos grandes números

?Siga o líder

?Previsões, lucros e a Vaca Púrpura

?O processo e o plano

?O poder de um slogan

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