O gaúcho e o hábito de comprar pela internet

A tecnologia está cada vez mais presente na vida dos gaúchos, sendo que metade dos consumidores estão conectados as redes sociais e 1/3 utilizam …

A tecnologia está cada vez mais presente na vida dos gaúchos, sendo que metade dos consumidores estão conectados as redes sociais e 1/3 utilizam smartphone. Na capital o smartphone é um instrumento presente "nas mãos, bolsas e bolsos" de quase metade dos porto-alegrenses.
Em um momento em que a crise econômica começa a rondar o cotidiano dos consumidores e o aumento da sensação de insegurança amedronta a população gaúcha, cabe observar o hábito de compra pela internet. O contingente de consumidores que costumam comprar pela internet representa 26,4% dos gaúchos. Em Porto Alegre, um terço dos consumidores costuma realizar compras pela web.
O hábito de compra pela internet se acentua entre os mais jovens, representando 40% da população de 16 a 24 anos e 36% dos que possuem de 25 a 34 anos. O perfil de escolaridade se caracteriza, principalmente, pelo nível superior e renda acima de 6 salários mínimos familiares.
Estes consumidores declaram que os produtos preferenciais para compra via web são: eletrodomésticos, eletroeletrônicos, material de informática, livros e revistas, acessórios (jóias, relógios, óculos), roupas, calçados entre outros.
Há vários motivos que sustentam a preferência pela loja virtual em detrimento da loja física. Em certo sentido o preço se destaca no argumento dos entrevistados, que sabem que em muitos casos soma-se ao preço o custo de logística para entrega do produto em sua casa, mantendo uma média simular a loja presencial.
Neste sentido os diferenciais competitivos da loja virtual estão alicerçados na relação que a loja  estabelece direto com o consumidor.  Esta relação começa pela confiança do consumidor na marca/ no portal consultado e se consolida pelo número de opções disponíveis, no mix de produtos (em especial em relação aos produtos que não estão disponíveis nas lojas físicas). Perpassa a possibilidade de pesquisar a descrição e os detalhes do produto e a facilidade de pagamento, quando a compra se estabelece através do cartão de crédito. A maior preocupação destes consumidores está associada à logística, desde a entrega do produto em "boas condições", o receio da necessidade de troca, em caso de dissintonia entre o pedido e a entrega até o respeito pelo prazo de entrega.
Este jovem consumidor de hoje constituirá o cerne do consumidor do futuro e para seguir a tendência deste consumidor, em especial os com maior poder aquisitivo, as lojas de varejo devem qualificar o seu mercado em lojas físicas e em lojas virtuais.
Pesquisa realizada pelo IPO - Instituto Pesquisas de Opinião com 1.500 entrevistados, distribuídos em 37 cidades do RS, nas sete mesorregiões do IBGE em agosto de 2015.

Autor
Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em 1996 e tem a ciência como vocação e formação. Socióloga (MTB 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem especialização em Ciência Política pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Elis é conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado. Tem coluna publicada semanalmente em vários portais de notícias e jornais do RS. E-mail para contato: [email protected]

Comentários