O lixo

Li numa das últimas edições da revista Amanhã que surgiram empresas especializadas em receber o lixo tecnológico. Compuatdores, monitores de vídeo, microprocessadores, placas, etc. …

Li numa das últimas edições da revista Amanhã que surgiram empresas especializadas em receber o lixo tecnológico. Compuatdores, monitores de vídeo, microprocessadores, placas, etc. Os fabricantes não querem que seus produtos fiquem à deriva, tanto por razões de saúde (alguns componentes são tóxicos ou podem ser lesivos) quanto para evitar que sejam utilizados em outros computadores, sem a sua autorização, e que os fabricantes terminem sendo responsabilizados por eventuais problemas. Preocupação semelhante surgiu há pouco com os fabricantes e operadoras de telefones móveis. O que fazer com as baterias antigas? As operadoras têm recipientes para recebê-las, como forma de oferecer aos seus usuários a possibilidade de fazer a coisa certa.
Em função da velocidade das inovações nesta área, o lixo tecnológico cresce de forma exponencial. E a tendência é de que continue crescendo, cada vez mais. Se tornar velho e obsoleto, no mundo da tecnologia da informação, ocorre em um piscar de olhos. Para ser mais preciso, mais rápido do que em um piscar de olhos, em nanossegundos.
O lixo representa um problema muito sério na vida moderna. A indústria e os consumidores se baseiam em produtos e embalagens descartáveis. O ciclo de vida dos produtos tende a reduzir, cada vez mais. A produção de lixo de uma família média brasileira é assustadoramente grande. A grande parte é lixo seco e em muitas capitais brasileiras já existem iniciativas de separação do lixo seco do orgânico, a coleta seletiva. Porém, infelizmente a população ainda não se conscientizou da importância deste gesto tão simples, de separar o lixo. Se eu coloco em um mesmo saco o lixo orgânico e o seco, mesmo que o seco represente a maior parte, este saco tem como destino algum aterro sanitário. Se eu fizer a separação, este lixo é recolhido pela coleta seletiva e levado para usinas de reciclagem, onde há dois ganhos: a preservação ambiental e a possibilidade de muitas famílias tirarem seu sustento desta atividade. Ou seja, do problema (excesso de lixo) nasce a oportunidade, como sempre.
O lixo é um problema na vida de todos nós. Se sairmos do lixo doméstico ou tecnológico, temos o lixo pessoal. O que fazer com todas aquelas lembranças ruins que insistimos em guardar na cabeça? Sem dúvida, aquilo é lixo. E o que fazer, então? Para nossa sorte, a nossa mente funciona como uma recicladora de lixo altamente eficiente. Ela aproveita as lembranças e, em especial as experiências, e nos oferece a oportunidade de nos desenvolvermos e aperfeiçoarmos como seres humanos. Se refletirmos, identificando as causas de possíveis equívocos (quando isto for possível), teremos a possibilidade de transformar lixo em material muito nobre, a exemplo do que fazem as empresas com o lixo tecnológico: derretidos determinados componentes, extrai-se dele o ouro que lá havia. Transforma-se lixo em ouro. Antigamente, tinha-se a imagem de que os porcos e os chiqueiros eram imundos. Pois posso afirmar com convicção que já não são mais. Agora, é olha de olharmos o lixo com mais cautela, esteja ele dentro ou fora de nós.
[email protected]

Comentários