O mundo digital líquido

O mundo digital assemelha-se - e muito - ao mundo líquido que preconizou o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman. As certezas podem e estão escorrendo a qualquer momento, muitas vezes sem aviso, por entre os dedos, sem que possamos apanhá-las.

Coisas que eram, deixam de ser. Coisas que não eram, passam a ser. Às vezes por muito tempo, às vezes por pouco. Nem mesmo especialistas e estudiosos conseguem prever o porvir. Porque há o fator humano em dois aspectos: na criação e inovação e na aceitação e consumo. Além de fatores externos (como geopolíticos, econômicos e até mesmo climáticos (como vimos os recentes furacões que atingiram o Caribe e parte da América do Norte. Se há uma hecatombe (fazia muito tempo que eu não utilizava este termo!), os recursos destinam-se prioritariamente a reestruturação dos danos causados pela mesma, como a preparação nos EUA para a chegada do furacão e o grande consumo de pilhas e lanternas, água mineral e gêneros alimentícios)). Toda esta salada de frutas impacta diretamente no direcionamento do consumo de itens digitais, sejam celulares, tablets, vídeos on demand, anunciantes exclusivamente digitais, influenciadores, etc.

Vide o caso do Netflix, que vinha surfando frouxo na onda, até que concorrentes como Disney e Facebook anunciaram que vão entrar nesta parada. E não se pode imaginar estes dois players entrando timidamente. Vão entrar para ganhar. Se conseguirão ou não, é outra coisa.

Outra questão a ser levada em conta é em estudo feito pela PwC que aponta queda no consumo de TV por assinatura, livros e revistas (estas, as mais atingidas, com queda de 6,9% em comparação 2015/2016). Se imaginarmos a elevação estratosférica do mobile, dá para entender. A revista Época e o Diário Oficial da União anunciaram para breve que terão unicamente versão digital, abandonando a impressa. Aqui no Estado (como disse, podem haver fatores externos, como projeto do governo encaminhado à Assembleia Legislativa), a Corag está para ser extinta. Caso seja, o Diário Oficial do RS deixará de ter versão impressa, sendo somente digital a partir de então.

Clubes esportivos ao redor do mundo lançam suas plataformas por streaming (por aqui, o Internacional anunciou para os próximos meses a sua, transmitindo jogos de outras categorias (que não a profissional, que está atrelada à TV Globo, mas veiculação de gols atuais e históricos (previstos no contrato da Globo)). Naturalmente, o grande consumo das transmissões esportivas ainda será em dispositivos de tela grande. Mas haverá uma parcela de consumidores que abandonará (ou, no mínimo, passará também a utilizar) a plataforma mobile para ver lances, jogos, etc. Um furo, ainda que neste momento talvez pequeno, no casco do navio. Entra água, no mundo líquido a que me referia no começo da coluna.

As transformações avançam de forma veloz no mundo digital. E de forma pouco previsível. Famílias já não são o que eram, as pessoas já não se relacionam da mesma forma, os valores estão se modificando, tudo de forma líquida. E, com o perdão do trocadilho, líquida e incerta.

Porém, tudo isto gera ansiedade, pois se não sabemos exatamente o que somos e o que consumimos, como encarar o futuro?

GOKAN - APAIXONADOS POR SUSHI

O que é líquido e certo é experimentar as delícias do Gokan, seja para reunir família ou amigos, seja para um almoço ou jantar de negócios. O bom paladar ainda não se modificou. Itens de qualidade e em ambiente agradável (o bom atendimento ainda é líquido e certo, todos gostamos), climatizado (nosso clima está seguindo os rumos de um mundo líquido, incerto e imprevisível). www.gokan.com.br, destino dos apaixonados por sushi.

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