Com este slogan, havia uma campanha há alguns anos. Se não me falha a memória, era da finada Sharp. Mas mostra que, ao menos no aspecto antecipação, a Sharp e sua agência de propaganda deram de dez. Porque é isto o que indica um recente estudo encomendado pelo Sebrae, chamado "Cara Brasileira", coordenado pelo reconhecidíssimo sociólogo italiano Domenico de Masi: o Brasil é um país que remete à beleza, à saúde e à criatividade.
      O estudo - que não é uma pesquisa - foi feito com 25 pessoas, considerados "especialistas" em suas áreas, como Glória Kalil (moda) e Nelson Motta (música), por solicitação do Sebrae. O objetivo era o de encontrar novas formas de tornar o país atrativo comercialmente, fugindo do samba, Pelé, café e carnaval.
      Domenico de Masi, ao concluir o estudo, reforçou uma observação feita há alguns anos por John Naisbitt, no "Paradoxo Global", de que quanto mais globalizado o mundo fica, mais as pessoas apegam-se aos seus valores aldeães, até como uma forma de não perderem suas identidades. Por isto, é imprescindível que tenhamos estes valores claramente enunciados. Disse ele: "Nessa fase de forte globalização, a identidade nacional surge como uma necessidade e como valor agregado."
      Um dos valores do estudo - a criatividade - é um dos mais preciosos que temos. Por uma série de fatores (miscigenação de culturas, dificuldades comuns a um país terceiro-mundista e pela nossa própria história de colonização), há uma tendência a confundirmos criatividade com malandragem, enganação e jeitinho. Uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra. Pode-se ser criativo sem ser "espertinho"
      Temos algumas provas incontestáveis da nossa criatividade. A primeira delas é a nossa arte, em especial a música, que encanta mais aos estrangeiros do que a nós mesmos. Outra, é a nossa propaganda, um celeiro de ases, trazendo para o Brasil inúmeros prêmios nos mais respeitados concursos e salões.
      Num mundo em que estamos cada vez mais pasteurizados, vestindo-nos de forma parecida, falando a mesma língua, recebendo as mesmas informações, uma forte veia criativa se impõe como um diferencial competitivo.
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