SxSW: até que a singularity nos separe

Se você nunca foi ao SxSW (South by para os íntimos), provavelmente oscile entre a curiosidade e o enfadado ao ouvir tanta gente do mundo criativo falando desse evento que acontece todo ano em Austin, no Texas. Eu arriscaria dizer que hoje, entre os protagonistas da indústria criativa, existe uma divisão disfarçada entre os que já foram ao SxSW e os que querem ir.

Pois bem, aos que estão no segundo grupo saiba que, se você não for um "high spender", ir ao SxSW custa R$ 10 mil. R$ 2,5 mil de passagem, R$ 2,5 mil de hospedagem, R$ 2,5 mil da credencial e R$ 2,5 mil para sobreviver por lá. Então, economizando uns R$ 400 por mês, você poderia estar lá a cada dois anos, o que já seria bem legal, e faz você passar do segundo para o primeiro grupo.

Nesse ano, o evento aconteceu entre 9 e 18 de março e, depois disso, eu já participei de quatro eventos com pessoas que dividiram em keynotes um pouco da experiência de ter estado por lá. Outros tantos eventos sobre o mesmo tema eu não fui convidado ou não pude atender.

Pois bem, por que se fala tanto do SxSW?

Como sou quase um veterano no SxSW, eu me arrisco a responder: o fato é que o SxSW olha para frente, propõe uma reflexão sobre o futuro e projeta o mundo sem compartimentalização do conhecimento de forma plural e inclusiva. Nessa atmosfera proposta, existe espaço para manifestações diversas e interpretações difusas de macro e micro tendências, mas sempre considerando as transformações a partir de toda base material que a evolução tecnológica nos oferece.

Nesse contexto, tamanha é a oferta e os estímulos que o SxSW se transforma em uma enorme explosão de experiências não lineares. Ou seja, o festival não é nem de perto um parque da Disney e também passa muito longe de um festival como o de Cannes. Felizmente, a experiência ainda é uma das poucas coisas que não dá para terceirizar, então existe realmente o SxSW de cada um que é construído durante os 10 dias desse festival.

Quanto a mim, depois de participar das cinco últimas edições, garanto que estarei lá todo ano, pelo menos, até a esperada Singularity. A Singularity, segundo Mr. Kurzweil, acontecerá, logo ali, em 2029. Logo, eu estarei lá, bem acomodado na primeira fila da maior sala do Convention Center de Austin, para testemunhar, ao vivo e em cores, um 'robô' sendo aprovado no teste de Turing.

A propósito, economizando a partir de agora, apenas R$ 75 por mês, você consegue, também, estar em Austin em 2029 e testemunhar esse apoteótico momento. See you there!

Autor
Engenheiro, fundador, ex-CEO e ex-presidente do Conselho de Administração da AG2, fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Agências Digitais (AbradiRS) em duas gestões. Presidente do Conselho de Administração da Seekr de Blumenau e também sócio e membro do Advisory Board das seguintes empresas: Alright, MPQuatro, Delta, Zeeng, DEx01 e Minovelt. Foi eleito pela plataforma Proxxima um dos 10 profissionais mais inovadores do mercado brasileiro, em 2011. É professor do curso de Comunicação Digital da Unisinos e mestrando em Design Estratégico. Já trabalhou com estratégia digital para as principais marcas do mercado brasileiro incluindo Bradesco, Toyota, GM, Natura, Rio2016, Vale, Embraer, C&A, entre outras.

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