"Criatividade se alimenta de vida", afirma diretor de Planejamento da F/Nazca

André Foresti defendeu redução da jornada de trabalho como meio para valorização dos profissionais

Diretores de agências finalistas ao Salão da Propaganda participam de debate | Divulgação/Coletiva.net
O diretor de Planejamento da F/Nazca e fundador do Unplanned, André Foresti, conduziu o último painel da manhã do ARP Meeting. Em sua fala, intitulada "A reinvenção das Agências nos Novos Tempos", avaliou que parte desse movimento de mudança deve ser concentrada na quebra de regras e na implantação de novos formatos de trabalho. "Criatividade se alimenta de vida", afirmou, ao defender que o primeiro passo pode estar na redução das jornadas de trabalho, pois isto está ligado à qualidade de rotina dos colaboradores. "É preciso cuidar. O que faz diferença, realmente, são as pessoas".
Além disso, ressaltou que o conceito atual em pauta é planejamento, mas que para isso acontecer, as agências deverão parar de se retroalimentar entre si. "No final, elas se comparam, mas se esquecem que estão vivendo o mesmo problema. Isso se deve ao crescimento exponencial das relações", pontuou, e completou: "Precisamos saber lidar, de fato, com as mudanças".
Nesse sentido, orientou que as marcas e organizações quebrem códigos pré-estabelecidas. "Não é mantendo as regras que vamos manter nossos negócios. Desplaneje-se", reforçou. Das sugestões dadas, Foresti indicou que as agências se reposicionem para sair do que é genérico e que redefinam o conceito de criatividade. "A necessidade humana deve ser o centro das invenções criativas", destacou.
Ao final, um debate foi proposto para discutir os pontos apresentados pelo palestrante, e contou com mediação dos publicitários Fábio Bernardi, da Morya; João Batista Neto, da Paim; e Alberto Freitas, da Matriz, cujas empresas concorrem como Agência do Ano, no Salão da Propaganda.
Na ocasião, Bernardi disse que as agências não fazem nada sem parceiros, e que, na sua percepção, outro fator a ser modificado é o relacionamento. "É preciso fortalecer as relações com os terceiros. A gente precisa mudar os vínculos, assim teremos mais parceiros". Em contrapartida, Alberto afirmou que as discussões entre on e off é passado, mas empregar valor às marcas deve ser o foco das agências. "Nosso modelo está sendo reinventado, e quem souber se adequar se destacará".
Foi abordado, ainda, a respeito da desvalorização do trabalho ofertado pelo segmento. João mencionou que falta maturidade no mercado em fornecer serviços, e constatou: "A gente muda pelo amor ou pela dor". Nessa lógica, Alberto disse que as agências precisam ter consciência do seu negócio, e devem ser remuneradas pela sua entrega.
Com apoio do Grupo RBS, Coletiva.net acompanha todas as atividades da Semana ARP - Especial 60 anos.

Comentários