"Inovação não é propriamente instinto, é insight", afirma diretor da Deloitte

Felipe Diniz trouxe ao público um resumo da pesquisa Types of Inovation

Felipe Diniz | Divulgação/Coletiva.net
As formas de inovar dentro de uma empresa estiveram no centro do painel de abertura do ARP Meeting. Diretor da área de Estratégia da Deloitte Brasil, Felipe Diniz trouxe ao público um resumo do estudo global "10 Types of Innovation" e foi enfático ao afirmar: "Inovação não é propriamente instinto, é insight". Para o executivo, instinto é algo que se tem, enquanto o insight envolve a tarefa de construir, testar e, finalmente, chegar a inovação, o que, ressalta ele, "não precisa ser invenção".
Em uma apresentação norteada por gráficos da pesquisa, Diniz apresentou alguns pilares da inovação. "É importante ser claro sobre o objetivo da inovação, inovar tendo insights profundos, não convencionais. Entender onde vai realmente mexer a agulha", ressaltou. Segundo ele, muitas vezes se percebe a falha da inovação, o que ocorre não por conta da falta de criatividade das pessoas, mas por equívocos de processos.
O diretor da Deloitte trouxe ainda dados que indicam a relação entre a aposta na inovação e os resultados econômicos, mostrando que há uma valorização no mercado financeiro  de empresas como Whirlpool e LG, que investem em inovação. "Isso acontece não só pelo portfólio agressivo em inovação, mas notamos que está relacionado. As empresas consideradas líderes em inovação também tiveram performance forte no mercado financeiro."
Diniz apresentou exemplos de inovação em networking, estrutura, processos e modelos de remuneração, desempenho de produto (caso do Blackberry e iPad), sistema de produtos (Microsoft e McDonalds). Um exemplo deste último tipo citado por Diniz é o Brownie do Luiz, onde um pequeno empreendedor criou um produto com sobras de brownie. "O que ia para o lixo virou um novo produto", destacou. Outro destaque no tipo experiência do consumo foi para marcas como Nespresso e Havaianas, transformada em um produto de exportação brasileiro.
Diniz ainda falou sobre o risco da ortodoxia, em que empresas têm crenças arraigadas, que limitam a criatividade. "Inovação tem que buscar, de alguma forma, quebrar isso", reforçou, apresentando o caso de hotéis que inovaram na forma de fazer check-in.  Para finalizar, elencou pontos essenciais à inovação como: uma estratégia precisa e associada à estratégia da empresa como um todo, processo estruturado, liderança que valorize a inovação e reconheça as pessoas. "Inovação não falha por criatividade, o que falha é disciplina. Inovação precisa de dinheiro, precisa ter recurso financeiro dedicado, política para financiar. Métricas para reconhecer o que foi feito", ressaltou.
Com apoio do Grupo RBS, Coletiva.net acompanha todas as atividades da Semana ARP - Especial 60 anos.

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