Ana Amélia é questionada sobre CC quando diretora da RBS

Candidata evitou responder se achava ético o exercício simultâneo dos cargos

Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV, a jornalista, senadora e candidata ao governo do Estado Ana Amélia Lemos (PP) foi questionada sobre o acúmulo, em 1986, dos cargos de diretora da sucursal da RBS em Brasília e de funcionária de confiança, como CC no Senado, no gabinete do marido Octávio Omar Cardoso, já falecido. Questionada pelo jornalista Tulio Milman se achava que a prática era correta do ponto de vista ético, Ana Amélia esquivou-se e sustentou apenas que não era ilegal. "Olha, Tulio, se não é ilegal. Veja só, se não é ilegal? Se eu estivesse negando o fato, isso sim seria um erro", disse.
A candidata admitiu que não cumpria as oito horas diárias de trabalho previstas em contrato. Segundo ela, "cargo em comissão, o chefe libera" do cumprimento de carga horária da função. Ana Amélia explicou: "Fazia clipagem de manhã e não tinha internet naquela época. Era uma época que nem se escolhia presidente da República pelo voto direto. Então, trazer para 2014 um fato de 30 anos atrás? Convenhamos."
O exercício simultâneo dos dois cargos pela jornalista foi revelado em reportagem do portal Sul21, com o uso de documentos da época. A senadora atuou na função de secretária parlamentar, recebendo salário mensal de Cr$ 9 mil (cerca de R$ 8.115,00 em valores atualizados). O nepotismo só foi proibido dois anos mais tarde, pela Constituição de 1988.
A entrevista no Jornal do Almoço pode ser assistida aqui.

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