ANJ cria programa de autorregulamentação

Projeto aponta boas práticas que devem ser seguidas nos 150 jornais associados à entidade

Reconhecimento e publicação de erros, implantação de canais de atendimento, publicação de cartas e e-mails, criação de fóruns de análise crítica e adoção de manual de ética são as principais recomendações do Programa Permanente de Autorregulamentação da Associação Nacional de Jornais (ANJ). O projeto foi aprovado nesta quinta-feira, 26, em assembleia geral da entidade, em Brasília. De acordo com a presidente da ANJ, Judith Brito, a autorregulamentação tornou-se necessária depois da revogação da lei de imprensa, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em abril de 2009. "Além de um desejo da ANJ em promover maior transparência na relação com leitores", acrescentou.
Foram aprovadas, ainda, alterações no estatuto social para adequá-lo à implantação do programa. A mudança estatutária, conforme o diretor do Comitê de Relações Governamentais da associação, Paulo Tonet Camargo, ocorreu na seção II do capítulo III, que define deveres dos associados. A nova redação determina que jornais e sites devem criar modelo de autorregulamentação, comunicar a iniciativa à ANJ e informar com clareza aos leitores o que está sendo instituído. O período para implantação pelas 150 empresas associadas ainda será definido.
O programa teve dois votos contrários, dos jornais Correio do Povo (RS) e Hoje em Dia (MG), ligados à Igreja Universal do Reino de Deus. De acordo com a Folha de S.Paulo, os representantes desses títulos disseram apenas que a posição seria registrada na ata da assembleia. "Eles entenderam que o programa pode indispor os leitores com os jornais ou tornar mais frágil a relação dos jornais com os leitores, o que é exatamente o contrário do que pretendemos", disse o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira.

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