Após assembleia, Haroldo permanece à frente da Aceg

Frustrado com decisão de associados, Conselho Fiscal deve renunciar

Após longa e conflituosa assembleia geral, realizada na tarde desta terça-feira, 1º, a maioria dos participantes se absteve de votar a prestação de contas de 2013 da Associação de Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg). Diante disso, não foi analisada a segunda pauta da reunião, que abordaria a possibilidade de abertura de processo para investigar a gestão de recursos da entidade e que poderia culminar em convocação de nova eleição para diretoria. Dessa forma, Haroldo Santos permanece na presidência da entidade, juntamente com Edgar Vaz, que atua como segundo vice-presidente - os demais integrantes da diretoria, Christiane Matos e Eduardo Gabbardo, renunciaram ao mandato. A reunião foi convocada pelo Conselho Fiscal da associação, após a identificação de quadro de instabilidade administrativa e financeira na entidade.
Pelos dados apresentados, a Aceg fechou 2013 com receita de R$ 233 mil, despesa de R$ 127 mil e uma dívida de cerca de R$ 82 mil, o que, conforme o Conselho Fiscal, não foi esclarecido. Dessa forma, o órgão, que avaliou a situação da entidade durante os últimos três meses, deu seu parecer pela reprovação das contas, ao destacar que 35% da receita do período "tiveram destinação desconhecida do controle contábil, o que transforma aquilo que seria superávit em ?um déficit?, porque o expressivo valor de R$ 82.048,19, informalmente e sem nenhum controle contábil, simplesmente desapareceu da conta-bancária da Aceg."
Entre os associados presentes na assembleia, 20 foram favoravéis ao parecer do conselho, 1 manifestou-se contra e 42 se abstiveram, com o argumento de que não se sentiam seguros a opinar por não terem tido acesso a determinados documentos, no caso, os cheques originais - o conselho apresentou cópias fornecidas pelo Banrisul, já que os que não foram pagos estão em posse de credores. Pelo estatuto da Aceg, para que as contas sejam reprovadas, é necessária, ao menos, a metade dos votos dos associados presentes mais um. Como o número não foi alcançado, considera-se, conforme o presidente do Conselho Fiscal, José Aldo Pinheiro, o parecer rejeitado e as contas aprovadas.
Da reunião, ficou a sugestão de Flávio Dutra, atual secretário de Comunicação da Prefeitura de Porto Alegre, para que uma nova assembleia fosse convocada, após um período de 10 dias. O Conselho Fiscal entende que cumpriu o disposto no estatuto da entidade, embora não concorde com o resultado da assembleia. Insatisfeitos com a decisão, os conselheiros José Aldo Pinheiro, Márcio Beyer e Geder Fernando Glitzenhirn podem renunciar em conjunto. "Entendemos que não temos por que continuar. Por 90 dias, tentamos entender o que acontece e chegamos a um número de mais de R$ 150 mil (em dívidas). O contador apresentou R$ 82 mil. O trabalho do conselho não foi valorizado, ficamos frustrados, mas entendemos que os associados querem que a entidade seja administrada assim", afirmou Zé Aldo.
O grupo deve aguardar o retorno de Geder de viagem à Colômbia para se posicionar em comunicado.

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