Brasileiro ainda prefere a mídia impressa

Meio é o favorito para leitura e o mais confiável para preservação de documentos

O brasileiro ainda prefere fazer suas leituras e comunicações em papel, e também confia mais na mídia impressa para conservar documentos importantes. É o que aponta a pesquisa 'Opinião sobre a Comunicação Impressa', realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido da campanha Two Sides Brasil, que tem o objetivo de informar e difundir a sustentabilidade do papel e da impressão.
Segundo o levantamento, a preferência por livros, revistas e cartas em papel é característica, respectivamente, de 59%, 56% e 55% da população. Os que preferem o meio eletrônico para essas leituras correspondem a 35%, 37% e 38%. A equação inverte-se, embora com menor margem de diferença, entre os leitores de jornal - 48% preferem o eletrônico contra 46% pró-impresso. Entretanto, 80% afirmam que ler em papel é mais agradável do que ler em uma tela.
O impresso também é favorito quando se trata de conservação de documentos importantes. Tem 82% da preferência, contra apenas 17% de adeptos de mídias eletrônicas para esses arquivos. A percepção do eletrônico como mídia mais sustentável ocorre com maior frequência entre a população jovem (16 a 34 anos), com Ensino Superior e pertencente às classes A e B. Ainda assim, é quase unânime (95%) a percepção da importância da renovação de florestas para conter o aquecimento global e da reciclagem como característica de produtos sustentáveis (reconhecida por 92% dos entrevistados).
De acordo com a pesquisa, a população desconhece quanto do papel e do papelão consumidos são reciclados (46%, de acordo com dados da Bracelpa de 2012), mas 44% acreditam que a cadeia do papel e da impressão reciclam mais do que outras indústrias. Para 89% dos entrevistados, a extensão de áreas florestais diminuiu no País nos últimos 50 anos, no entanto, a indústria de papel e celulose não figura entre as três atividades mais relacionadas a essa perda.
Country manager da campanha no País e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas de São Paulo (Sindigraf-SP), Fabio Arruda Mortara acredita que a pesquisa confirmou também a necessidade de uma campanha como a Two Sides Brasil. "Apenas 20% dos entrevistados já tinham visto alguma propaganda sobre a sustentabilidade do papel e da comunicação impressa. É fácil inferir que faltam informações confiáveis, o que deixa brechas para mitos que alimentam a prática de greenwashing, quando empresas preocupadas em reduzir seus custos recorrem a argumentos supostamente ecológicos para cessar o envio de extratos, boletos e outras correspondências de interesse do consumidor. Temos a missão de desconstruir esse mitos", diz.
Foram entrevistadas 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 135 municípios. Segundo o instituto, a amostra garante um nível de confiabilidade de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais.
A íntegra da pesquisa está disponível aqui

Comentários