Cinco perguntas para Cleidi Pereira

Repórter do Correio do Povo, ela arrematou duas distinções no Prêmio ARI de Jornalismo

1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Nasci em Maravilha, uma pequena cidade no Oeste de Santa Catarina, há 25 anos. Sou filha de um ex-agricultor e de uma ex-operária, que me ensinaram a ter fé na vida e coragem para enfrentar dificuldades. Decidi que seria jornalista aos 12 anos, após participar de um curso de locução e apresentação em rádio, motivada por minha avó materna. Desde então, já fiz de tudo um pouco: fui babá, doméstica, vendedora, estagiária do portal Coletiva.net?  E foi o desejo de cursar Jornalismo um dos motivos que me trouxe a Porto Alegre, aos 16 anos. Em 2010, me formei pelo Centro Universitário Metodista - IPA e há dois anos sou repórter da editoria de Rural do Correio do Povo.
2. Como foi ser reconhecida no Prêmio ARI de Jornalismo?
Para uma foca, foi algo extremamente inesperado, gratificante e, ao mesmo tempo, motivador. Na mesma semana em que soube que estava entre os finalistas do Prêmio ARI em duas categorias, fui agraciada com o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, pela reportagem 'Saúde por um fio', que expôs as condições precárias a que os trabalhadores de frigoríficos avícolas são submetidos. Esta matéria também recebeu menção honrosa na categoria Reportagem Geral do Prêmio ARI.
Com o trabalho 'Licença ambiental trava combate à seca no Estado', obtive a segunda colocação em Reportagem Econômica, também no ARI. Acho que estes reconhecimentos ajudam a dar mais visibilidade aos temas abordados, o que para um repórter é sempre bom.
3. O que todo repórter deve saber?
Que ele nada mais é do que um prestador de serviços, que tem como seu único cliente a sociedade. Deve ser humilde, estar sempre atento, saber ouvir e fazer as perguntas certas, além de se manter à disposição para aprender.
4. O que mais lhe dá prazer na profissão?
Contar histórias de gente simples, que confia o ingresso ao seu mundo por alguns minutos ou até horas. Gosto de voltar de algumas pautas impregnada de sensações, geradas por inspiradores relatos de resistência, e poder colocar isso no papel como forma de agradecimento por esta gente "redimir a humanidade", como escreveu o argentino Ernesto Sabato. 
5. Quais são os planos para os próximos cinco anos?
Seguir na reportagem e entusiasmada com "a melhor profissão do mundo", apesar de todas as dificuldades. Também pretendo investir em um mestrado ou especialização na área da sociologia ou ciência política.
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