Cinco perguntas para Filipe Peixoto

Jornalista assumiu recentemente o posto de repórter de rede da Band TV

1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Natural de Dom Pedrito, tenho 27 anos e sou jornalista formado pela Ufrgs. Há cinco anos, estou no Grupo Bandeirantes, agora assumindo a função de repórter de rede. Antes de chegar à faculdade, descobri a paixão pelo jornalismo apresentando programas de rádio no Interior. Na universidade, aprendi muito ao trabalhar na Zero Hora, Diário Gaúcho e na GloboNews (RJ), onde pude conhecer grandes mestres. Em Londres, onde fiz intercâmbio, atuei na imprensa local e tive oportunidade de fazer cursos na Reuters que me ajudaram a abrir os olhos para o jornalismo em escala mundial. Na Band TV, desenvolvi meu talento, aprendi no dia a dia e contei grandes histórias. Uma delas reconhecida com o primeiro lugar em telejornalismo no Prêmio ARI.
É mais fácil responder "quem é você" falando de experiências profissionais. Mas não sou meu trabalho, e acho que ninguém deveria ser. A carreira dá um norte, um propósito, uma motivação. Mas sou também o que penso, o que executo e o que amo. Sou um pouco da minha família, dos meus amigos, dos meus amores, do meu lar, do meu cachorro, das minhas manias, dos meus gostos, das minhas frustrações, das minhas culpas, dos meus projetos. Não há quem não seja um mosaico.
2. Quais são suas expectativas ao assumir o posto de repórter de rede?
O repórter de rede naturalmente funciona como porta-voz de uma região do País, e isso é uma responsabilidade muito grande. Acredito que o Rio Grande do Sul é repleto de fontes extremamente qualificadas, e um estado do nosso tamanho e riqueza cultural esbanja ótimas histórias que anseiam por serem contadas. Seguirei trabalhando como sempre fiz, mas também me preocupando agora com a imagem que queremos passar para o resto do Brasil. Sabemos que podemos trabalhar jornalisticamente todo o tipo de tema e de debate, e não só as corriqueiras pautas regionais.
3. O que todo repórter precisa saber?
Acho que posso aqui repassar três grandes ensinamentos que recebi de alguns mestres. O primeiro é que a carreira da gente é construída tijolinho por tijolinho, não adianta apressar o passo, fazer agrados a chefes? É com talento e esforço que vem a solidez. O segundo é que mais importante do que o que vai ao ar é aquilo que você colocaria no ar se tivesse todo o poder de decisão - no jornalismo, precisamos respeitar o ponto de vista dos colegas (editores, produtores, diretores) e construir um discurso afinado. Nem sempre sai como gostaríamos, mas não podemos esquecer o ideal - o qual devemos perseguir sempre. E o terceiro ensinamento é aprender a tensionar. Somos parte de um sistema complexo, não mudamos as coisas de um dia pro outro. Mas podemos tensionar dia após dia em busca do que acreditamos ser o certo. A transformação verdadeira vem do tensionamento coletivo.
4. O que mais lhe dá prazer na profissão?
Contar a história das pessoas. Por trás de números, pesquisas e dados, existem pessoas extraordinárias que merecem ser ouvidas. Como repórter, temos passe livre para entrar tanto na casa dos mais humildes como nos palácios dos mais poderosos. Esse poder de circulação é o que mais me encanta e também o que mais me assusta, porque tenho dúvidas se hoje nossa categoria trabalha de fato para emparelhar essas vozes tão distantes umas das outras.
5. Quais são os planos para os próximos cinco anos?
Assumi agora dois desafios, um deles é ser repórter de rede, que abre muitas portas e dá mais visibilidade para as pautas que queremos. O segundo desafio é meu retorno à Ufrgs, onde vou fazer mestrado em Comunicação. Poderei aliar a prática profissional ao debate acadêmico, que tanto respeito. As mudanças em qualquer área de conhecimento nunca vêm de um lado só, por isso, acredito que, brigando nas redações e na academia, é possível colher melhores resultados.
Mas como disse no início, minha vida não é só trabalho. Tenho planos de conhecer novas pessoas e lugares, aprender novos saberes, alimentar amores e amizades que já me fazem tão bem, trabalhar em mim aquilo que preciso mudar, aprender com meus erros e com os acertos dos outros. É um plano singelo, na verdade. Planejo ser feliz, ninguém precisa mais do que isso.
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