Cinco perguntas para Tiago Dimer

Jornalista assumiu a apresentação do programa Pampa Meio Dia Extra

1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Meu nome é Tiago Dimer da Silveira, nasci em 1977, em Porto Alegre. Criado entre os bairros São João e Higienópolis, sou um apaixonado pela minha cidade e pelo meu estado. Morei fora por cinco anos - primeiro nos Estados Unidos e, depois, no Nordeste - mas o tempo longe de casa só me fez ter mais certeza de que meu lugar é aqui, ao lado da família e dos amigos. Me formei em jornalismo na Ulbra e, mesmo antes desse momento importante na minha vida, já trabalhava em TV.
Acredito que o destino e as lembranças da infância me levaram para esse caminho. Quando tinha sete anos, passei dois anos "brincando" e me apaixonando pelos bastidores da TV. Entre 1984 e 1986, quando a antiga Caldas Júnior faliu, meu pai, Vitor Silveira, assumiu o controle administrativo da TV Guaíba. Só assim, a histórica televisão não saiu do ar até que fosse comprada pelo empresário Renato Ribeiro. Uma época viva em minha memória que se fortaleceu 22 anos depois, quando voltei àquele prédio como chefe de produção da recém-criada TV Record RS.
Passei também pela TVE e pela RBSTV, onde aprendi muito e fiz grandes amigos. Sempre procurei buscar o novo, aprender, e acredito que isso me levou a experimentar várias funções no meio. Assistente de estúdio, produtor, editor, chefe de produção, produtor de externas, repórter e, agora, também apresentador e produtor executivo no Pampa Meio-Dia Extra. Fundamentalmente, além do profissional, existe um jovem - pelo menos ainda me considero assim - que quer continuar sendo desafiado, que quer buscar sempre o melhor, que quer aprender e evoluir como ser humano.
2. Qual é a sua expectativa ao assumir o novo desafio?
Quando deixei o Rio Grande do Sul, no início de 2010, não esperava voltar em dois anos. Era repórter e fui buscar novas experiências no Nordeste do País. As oportunidades surgiram e, com a possibilidade de apresentar um programa ao vivo no outro Rio Grande, o do Norte, agora tenho essa chance de mostrar meu trabalho em outra área do Jornalismo, que muitos ainda não conheciam por aqui. Sem dúvidas, é o maior desafio da minha carreira, um dos mais importantes da minha vida, sempre feita e movida por desafios, tanto na área profissional como pessoal.
Sempre espero o melhor. Aprendi que o medo é falta de fé, e a confiança só existe quando estou com Deus ao meu lado. Por isso, acredito muito que mais uma vez a missão será cumprida. Voltar para meu estado, onde estão as pessoas que mais amo e ainda ter essa responsabilidade de assumir um projeto novo é sim muito desafiador. As pessoas criam expectativas, os amigos prestam atenção e a família muitas vezes cobra resultados. Mas isso é parte de um processo de evolução, um projeto de vida. E isso é o que gosto. Esta novidade, esta luta diária para melhorar, sempre.
3. O que todo apresentador precisa saber?
Ainda estou procurando saber. Tenho menos de dois anos apresentando um jornal, mas, nesse pouco tempo, considero importante conhecer o meio e a cultura do povo. Como minha experiência até agora foi no Nordeste, onde a cultura é muito diferente da nossa, enfrentei algumas dificuldades. Sotaque diferente, expressões desconhecidas, linguagem nova que tive que aprender.
Aprendi também que um apresentador de um programa popular ou que pretende fazer um Jornalismo mais solto, próximo do público, precisa ser honesto, acima de tudo. Honesto nos sentimentos, tanto nos momentos de cobranças, de tristezas ou de alegrias. Mas como as pessoas são diferentes em vários aspectos, a franqueza precisa sempre estar ligada à capacidade de se colocar no lugar do outro. Pensar e considerar outro ponto de vista. Uma visão de alguém com uma vida diferente da minha, uma educação diferente, valores diferentes. O certo ou errado está dentro da concepção de cada um. Nem sempre o que é correto pra mim vai ser para o outro, e encontrar esse equilíbrio acredito ser o maior desafio para um apresentador de um programa em que a opinião e a naturalidade são importantes.
4. Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Sem pestanejar, agora o é momento mais marcante na minha carreira, mas duas outras experiências marcam esse processo de aprendizagem. Uma no Rio Grande do Sul e outra no Rio Grande do Norte.
Em 2006, fui convocado para assumir a produção de um histórico projeto da RBS TV. Digo histórico porque nunca um programa ao vivo foi realizado em tantas cidades e em tão pouco tempo. O desafio era mostrar cidades que nunca tinham aparecido ao vivo na televisão e fazer um raio-X do nosso Estado às vésperas das eleições de 2006. O 'Fala Rio Grande' envolveu centenas de profissionais de todo o Grupo RBS e visitou mais de 30 cidades do interior em menos de 40 dias. Seis mil quilômetros de um aprendizado inesquecível.
Outro momento marcante foi o desafio que assumi em Natal, na TV Tropical, afiliada da Rede Record. A TV estava mudando os cenários e tinha, há 20 anos, um programa popular chamado 'Caso de Polícia'. Elaborei um projeto para mudarmos a programação e criarmos o 'Balanço Geral RN', nos moldes de sucesso de outros estados. Com a experiência de três anos na Record de Porto Alegre, conseguimos implantar a versão potiguar do jornal popular. Além de dirigir o programa e fazer reportagens, fui responsável pela produção e apresentação. Uma afiliada com pouca estrutura, mas onde encontrei profissionais que queriam melhorar, mudar. Digo sempre que foi a minha pior e melhor experiência, pois aprendi com as dificuldades.
5. Como você se imagina daqui a cinco anos?
Cinco anos é muito tempo. Se olhar para o passado, não imaginaria todas essas mudanças que aconteceram em minha vida nesse período. Projetar para frente de uma maneira concreta não faz parte de mim. Vivo o hoje, aprendo no hoje, erro muitas vezes também no hoje, mas sempre procuro fazer o meu melhor. E fazendo isso acredito que tudo conspira e acontece para o melhor. É claro que existem expectativas, mas tudo sempre considerando as surpresas que a vida apresenta. Daqui a cinco anos me vejo pai, afinal quero muito ter um filho. Mas também, e principalmente, pretendo estar vivo, trabalhando, com saúde e feliz com minha família e com meus amigos. Se isso acontecer, estarei satisfeito.
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