Clima é de preocupação na redação de Zero Hora

Após tumulto em frente ao jornal na última semana, Porto Alegre tem nova manifestação marcada para hoje

Nesta segunda-feira, 24, data em que deve ocorrer mais um protesto na Capital, o clima é de apreensão na redação de Zero Hora. É o que relatou a editora-executiva do Segundo Caderno, Claudia Laitano, ao Coletiva.net. "As pessoas têm famílias, filhos, mães, pais, maridos e mulheres, todos ficam preocupados. É algo imprevisível, não se sabe se vai ter confronto. É um clima de preocupação", contou. Na segunda-feira, 17, e quinta-feira, 20, as manifestações que inicialmente pediam a redução da tarifa de ônibus culminaram em confrontos entre manifestantes e Brigada Militar, próximo à sede do jornal, que seria alvo declarado de depredações.
De acordo com Claudia, há orientação para que permaneça na redação apenas quem estiver trabalhando na cobertura. Segundo ela, a ideia é que, assim como os demais trabalhadores, os colaboradores do jornal possam voltar para casa com tranquilidade. Sobre o manifesto lançado hoje por jornalistas de Zero Hora, Claudia avalia a repercussão como positiva. "Com base nas minhas redes sociais, vejo que muita gente queria se solidarizar, mas não sabia como ou queria algo que não fosse a posição da empresa. O manifesto está servindo para isso", contou.
Claudia explicou que o manifesto dos jornalistas começou a ser formulado no sábado, 22, e difundido na redação pelos editores. Antes de ser divulgado, o texto ainda passou por adaptações solicitadas pelos funcionários, a fim de que pudesse representar o posicionamento de maior parte da redação. "Algumas pessoas disseram que queriam assinar, mas não com aquela redação, outras pediram para acrescentar trechos", revelou, ao contar que também houve quem não quisesse assinar. Até o momento desta publicação, o manifesto já contava com 166 assinaturas. Na redação do jornal, trabalham, aproximadamente, 200 pessoas.
O documento levou a Federação Nacional dos Jornalistas e o sindicato da categoria no Estado a lançarem nota de solidariedade aos trabalhadores de comunicação, em especial aos da redação de Zero Hora. "(?) o jornalista está no seu direito fundamental de apurar os fatos e reportá-los ao conjunto da sociedade, e está trabalhando para que os cidadãos possam exercer o direito à informação e, por isso, merece o respeito de toda a sociedade", diz a nota das entidades. 

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