Comunicadores preferem meio online para se relacionar com o público

Pesquisa traça panorama do setor de comunicação estratégica na América Latina

Os profissionais latino-americanos de gestão da comunicação e relações públicas optam, principalmente, pelos meios online na hora de relacionar-se com os stakeholders, gatekeepers e outras audiências (80%) e preveem uma significativa perda de importância dos meios tradicionais nos próximos anos. Também consideram que conectar as estratégias gerais da organização com as específicas da comunicação será o principal desafio nos três anos que virão. A constatação é do Latin American Communication Monitor, estudo organizado pela European Public Relations Education and Research Association, em parceria com a Asociación de Directivos de Comunicación/Espanha.
A pesquisa, cujos resultados completos serão apresentados nesta quinta-feira, 16, em São Paulo, indica que, ao estabelecer relações profissionais, os comunicadores estratégicos latino-americanos ainda preferem o e-mail (60%) à comunicação face a face (20%). Quando consideradas as vantagens dos diferentes meios de comunicação, o e-mail é apontado como o mais produtivo, embora o aplicativo WhatsApp ganhe destaque por sua agilidade (38%). No entanto, exceto no Brasil, a comunicação face a face ainda é considerada a alternativa mais formal.
A sobrecarga de trabalho afeta a maioria dos profissionais pesquisados (75,5%). Dentre os profissionais ouvidos, 35,7% trabalham pelo menos 25% a mais e 11,8% estendem o seu dia de trabalho para além de 50% do tempo acordado no contrato. Mais da metade dos profissionais latino-americanos não se sentem satisfeitos com as suas oportunidades de carreira (54%) ou com o seu salário (64%). De acordo com o estudo, compensação salarial, o acesso a cargos de chefia, de status e oportunidades de carreira favorecem os homens.
Segundo a análise, a gestão profissional de comunicação praticamente não evoluiu nos últimos cinco anos. Os resultados da pesquisa são conclusivos no que se refere à crescente influência da função de comunicação, muito embora apenas 27,9% dos profissionais faça parte do comitê executivo em suas organizações.
O Latin American Communication Monitor (LCM) é uma investigação transnacional desenvolvida por pesquisadores de 11 universidades da América Latina, Espanha e Estados Unidos, sob a coordenação da profª. Ángeles Moreno, da Universidade Rey Juan Carlos (Madrid, Espanha), e do prof. Juan Carlos Molleda, da Universidade da Flórida (EUA). No Brasil, é coordenada por Andréia Athaydes, professora da Ulbra e presidente do Conselho Federal de Relações Públicas (Conferp).
A análise dos dados e os resultados estão baseados em 803 casos de profissionais de comunicação e relações-públicas de 18 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
A apresentação do Latin American Communication Monitor será disponibilizada no endereço http://casperlibero.edu.br.

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