Diversidade em Cannes: "A única coisa que todos temos em comum"

Participantes defenderam que marcas e empresas precisam fazer mais

Debatedores subiram ao palco de preto - Divulgação/Coletiva.net

Por Cleidi Pereira, enviada especial de Coletiva.net

A diversidade faz bem para os negócios, mas passar do discurso para a prática é algo que requer ações ousadas. Esta foi a mensagem do painel com a atriz Thandie Newton, o editor-chefe da Vogue britânica, Edward Enninful, e a chefe de Diversidade da Omnicom Group, Tiffanny R. Warren. Vestidos de preto, eles subiram ao palco principal do Cannes Lions, nesta terça-feira, 19, para debater o tema 'Diversidade - Uma questão de valor e imperativo nos negócios'. Na plateia, entre os poucos negros presentes (como em todo o evento) estava a modelo Naomi Campbell, sentada na primeira fileira.

Durante a exposição, os participantes reconheceram avanços, como, por exemplo, a crescente representatividade negra em Hollywood, cujo marco foi o lançamento do filme Pantera Negra neste ano. Contudo, defenderam que as marcas e empresas precisam fazer mais. "O progresso é quando cada um levanta e diz: vou fazer a minha parte. Isso está acontecendo, e eu estou feliz por isso. Mas a grande questão é fazer a diversidade importar, o que não é só responsabilidade das agências, é dos clientes também. Mas eu acredito muito no poder transformador da nossa indústria", afirmou Tiffany.

Diretor de Marketing e Comunicação da HP, Antonio Lucio, que mediou o debate, ressaltou que "as marcas precisam ir além do propósito e encontrar significado". A HP adotou a equidade de gênero como uma missão e também vem impondo metas para seus fornecedores. Com o trabalho realizado há um ano, o percentual de mulheres trabalhando na HP em todo o mundo passou de 40% para 60%. "Nas posições de liderança, em dois meses, saímos de zero para 52%", destacou o executivo, acrescentando que, agora, negros em posições de liderança são quase 30%. "É um trabalho difícil, mas a diversidade funciona. Meu convite é: vamos fazer isso juntos."

Sobre o futuro, os painelistas se demonstraram esperançosos. "Quero ver o marginalizado normalizado. Estamos fazendo o nosso melhor, mas ainda não é o suficiente", declarou Edward. "Sempre é preciso fazer mais. Temos de ter resistência e encorajar as pessoas a terem pontos de vista diferentes", disse Thandi. O seminário chegou ao fim com o telão do palco exibindo a seguinte frase "Diversidade: a única coisa que todos temos em comum". 

Comentários