Candidatos estão usando a criatividade para superar as limitações impostas pela falta de verba dos partidos e pelas novas regras estabelecidas para as eleições municipais deste ano. Basta circular pelo Parque Farroupilha em pleno domingo de sol para constatar o fato: mídias alternativas como bikedoor, bonecos de candidatos e até um pônei foram usados no último final de semana para chamar a atenção dos eleitores que transitavam na Redenção. Para divulgar sua candidatura a vereador da Capital, Deneci Cardoso conta com a ajuda de seu pônei Rochinha. "Não tenho dinheiro para investir na campanha. O Rochinha chama a atenção e, dessa forma, aproveito para conversar e apresentar propostas para os eleitores. Ele é meu principal cabo eleitoral", afirma.   

Com a proibição de outdoors, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados em áreas públicas, imposta pela lei Lei11.300, os muros e painéis também passaram a ocupar um espaço privilegiado. O descumprimento prevê multa de R$ 2 mil a R$ 8 mil reais. 

De acordo com a primeira prestação de contas divulgada em agosto pelo TSE, na Capital as doações para candidatos atingiram apenas 4,9% da projeção de gastos. Somados, os postulantes às prefeituras de Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas e Santa Maria projetaram gastos de R$ 37,3 milhões para fazer campanha no primeiro turno e, se necessário, no segundo. Até agora, chegaou às mãos dos tesoureiros pouco mais de R$ 1,59 milhão.

Os partidos angariam recursos através de seus comitês financeiros. De acordo com a lei, a verba para a campanha não pode ultrapassar o limite de gastos estipulado na declaração encaminhada ao TSE. A verba utilizada pode ser desembolsada pelo próprio candidato ou ser obtida através de doações, sejam de pessoas físicas, jurídicas, ou até de outros partidos e candidatos. O fundo ainda pode ser obtido por meio de repasses do Fundo Partidário, com a venda de bens ou a realização de eventos.