Ernani Ssó apresenta a obra "Como o diabo gosta"

Lançamento será realizado com debate na livraria Palavraria, no próximo dia 5

O escritor e tradutor Ernani Ssó está lançando sua nova obra, "Como o diabo gosta", que tem como personagem o também escritor Camilo, que se põe a escrever um romance, relembrando as peripécias de sua vida amorosa. Natural de Bom Jesus, o romancista também tem uma predileção por histórias infanto-juvenis, tendo lançado mais de 10 obras do gênero. Ernani Ssó se dedica à literatura e traduções, e assina uma coluna semanal em Coletiva.net.
A editora Cosac Naify e a livraria Palavraria convidam para o lançamento do da obra, que acontecerá no próximo dia 5, às 19h, na Palavraria (Rua Vasco da Gama, 165, Bom Fim). Além da sessão de autógrafos, haverá um bate-papo com o autor, com mediação de Milton Ribeiro.
Confira a orelha de "Como o diabo gosta", escrita por Sérgio Rodrigues
Camilo, escritor gaúcho que vive de traduções, dedica certa manhã feia a recordar sua vida, isto é, as mulheres que entraram e saíram de sua vida. Com desencanto mas, eis um achado feliz, sem cinismo, prepara-se para finalmente escrever um romance depois de tantas cartas endereçadas a suas musas efêmeras. Sobre os ombros de Camilo, Ernani Ssó, escritor gaúcho que vive de livros infantis e traduções - como a do Quixote, só isso - toma o mote metalinguístico e glosa com astúcia e amor à arte um objeto literário que nunca está onde se espera. Ao sabor de vozes alternadas, o registro vai do realista ao delirante, personagens mudam de nome, a narrativa se mete em quartos de espelhos e becos sem saída. O leitor ri de uma afiada sátira de costumes para logo ser atirado numa pindaíba de romance existencialista. Das muitas e vívidas descrições sexuais sobra um sentido de eternidade que dura quase um segundo. "Gostaria que o livro fosse como uma festa. Sabe, uma confusão, mil transas, um vaivém constante sem motivos muito claros", diz Camilo. Não fica evidente se ele tem consciência de estar modestamente em busca do Santo Graal: um modelo artístico para a própria bagunça da vida. Ernani Ssó tem.

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