Jornais têm 20% mais leitores que a internet

Dado é da Associação Mundial de Jornais, que alerta para a queda da circulação global de impressos

Apesar do crescimento do consumo de notícias por meios digitais, os jornais impressos ainda têm um público leitor maior do que o da internet. Num dia típico, os diários impressos têm 20% de leitores a mais do que o mundo virtual, constatou pesquisa feita pela Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (Wan-Ifra, na sigla em inglês). Ainda assim, a situação não é de tranquilidade no setor. O presidente da entidade, Christoph Riess, alerta para a queda de circulação global dos impressos. Em 2010, foram 519 milhões de exemplares diários, contra 540 milhões em 2008.

"Há uma mudança estrutural, particularmente na área de anúncios classificados e na circulação dos jornais impressos nos mercados maduros. Os jornais precisam adaptar seu modelo de negócio e seus produtos para que reflitam o mundo moderno", disse Riess ao jornal Folha de S.Paulo. A publicidade na web é a que mais cresceu em todos os mercados analisados pela entidade, dos países mais desenvolvidos às nações emergentes. Na América do Sul, por exemplo, aumentou 31% de 2009 para 2010, ante 19% de aumento da publicidade na TV e 6% de crescimento da publicidade na imprensa.

O mundo digital, diz Riess, fez surgir novidades como as redes sociais, os serviços de busca, as transações on-line, o jornalismo cidadão. "A emergência de novos conceitos é a regra agora. Os editores precisam entender que renovação é essencial. As tradições [dos jornais impressos] são uma ótima base, mas os jornais precisam se desenvolver a partir delas."

Enquanto a circulação cai em mercados considerados maduros, como Europa e EUA, cresce no Oriente e em países emergentes da América Latina. "No Brasil, a circulação dos jornais impressos cresceu 2% em 2010, mas caiu 4,6% no Chile." Para ele, "no Brasil, a indústria tem mostrado bons índices de crescimento, o que reflete a melhoria dos níveis da economia e da educação no país, mas também a energia da imprensa brasileira".

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