Conforme relato, Gustavo seguia pela Rua Doutor Flores no centro da Capital quando tentou atravessar na faixa de segurança. Todos os carros pararam, menos uma viatura da Brigada Militar que seguia em baixa velocidade. Gustavo teria dito: "Tem que dar o exemplo, né, policial". Neste momento a viatura parou e o militar questionou: "Que foi que tu disse aí, magrão? Estamos em ocorrência, não podemos perder tempo", explicou. Ao que Gustavo respondeu: "Se estão em ocorrência, estão perdendo tempo aqui conversando comigo".

 

Após este diálogo, Gustavo foi detido pelos policiais, sendo levado ao 9º Batalhão da Brigada Militar, na Rua da Praia. No caminho, foi chamado de palhaço e desrespeitado por ter documentos de outro estado: "Deve ser um meliante que fugiu do Paraná e veio chineliar aqui com a gente", ouviu dos policiais. Ao ser liberado, ainda foi alertado: "E o senhor aprenda que viatura tem prioridade". Bonato informou que pretende apresentar queixa na Corregedoria da Brigada Militar.

 

Procurado por Coletiva.net, o tenente-coronel Freitas, do 9º Batalhão da Brigada Militar, informou que o fato está sendo apurado e que, se o relato do jornalista se confirmar, medidas internas de repreensão serão adotadas. Estão envolvidos no caso os sargentos Alex e Nilo. O oficial disse também que todo o efetivo do 9º Batalhão foi convocado para reunião no final da tarde de ontem, 7, quando foram orientados a respeitar o novo sinal de trânsito. "Temos que dar o exemplo como cidadãos, mas, principalmente, como policiais", enfatizou.

 

A campanha de educação para o trânsito da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) foi lançada no início de setembro em Porto Alegre. A ideia consiste na adoção pela população de um novo sinal de trânsito. Ao atravessar uma faixa de segurança sem sinaleira, o pedestre deverá esticar o braço para sinalizar ao motorista a existência da faixa. Nas travessias sinalizadas por semáforos, estes continuam valendo. 

 

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