Na tela da Globo, repórter da RBS precisou controlar a emoção

Juliana Motta, repórter em Santa Maria, sustentou sozinha boa parte da cobertura nacional no domingo

A repórter Juliana Motta está entre o grupo de profissionais da RBS TV que, desde domingo, 27, atualiza o público sobre a tragédia na boate Kiss - incêndio que vitimou fatalmente mais de 230 pessoas. Trabalhou mais do que qualquer um, pois esteve no centro do episódio desde o primeiro momento, sustentando praticamente sozinha a transmissão que a Globo fez desde o início da manhã daquele dia. Na tela da Globo, telespectador brasileiro que ligou para ver a atração dominical Esporte Espetacular acabou sabendo tudo sobre o que acontecia em Santa Maria graças às constantes intervenções ao vivo de Juliana.
Ao Coletiva.net, ela relatou a dificuldade em exercer o papel de jornalista no cenário enfrentado. "É muito complicado trabalhar em uma cobertura em um momento doloroso como esse, tentar manter o sentimento de lado. Uma tragédia dessas dimensões em Santa Maria, com seus 260 mil habitantes, onde as pessoas se conhecem muito? Tento não me emocionar para não interferir na gravação", contou.
Com parte da infância vivida em Santa Maria, escolheu a universidade federal da cidade para cursar Jornalismo. Hoje, diz que controlar a emoção ao mesmo tempo em que lida com a correria da profissão é um desafio constante. "O mais difícil é conciliar o lado emocional, sou uma pessoa que se emociona com filmes, e manter a serenidade para confirmar as informações", afirmou Juliana, que desde a data do incêndio, além da RBS TV, faz participações em programas da TV Globo e da Globo News. No domingo ela trabalhou quase ininterruptamente, das seis da manhã às nove e meia da noite, com entradas em diversos programas, incluindo o Domingão do Faustão.
Até o momento em que falou ao portal, só nesta terça-feira, 29, já havia feito nove entradas ao vivo, em atrações como Jornal do Almoço, Bom Dia Brasil, Bom Dia Notícias, SP TV e Encontros com Fátima. Formada em 2005, já esteve em outras coberturas de repercussão nacional como a invasão do MST a uma fazenda em São Gabriel, em 2007, que resultou em um morto, e a queda da Ponte do Rio Jacuí, em 2009.

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