Intensificar o trabalho do Grupo Record RS é o principal desafio de seu novo presidente, Gustavo Paulus. Nomeado para o cargo no início deste mês, o executivo falou à imprensa pela primeira vez, em entrevista ao Coletiva.net. Nos próximos meses, aproximar os três veículos do grupo - Correio do Povo, Rádio Guaíba e TV Record - será uma das tarefas que terão o empenho de Paulus. "A nossa intenção é fortalecer isso, fazer com que o mercado gaúcho como um todo perceba que o Grupo Record veio para ficar. Diferente do que tem sido dito, nós estamos aqui para fortalecer uma tradição e não para derrubá-la. E, principalmente, para mostrar que os três veículos têm uma linha de pensamento só", enfatizou.
De acordo com ele, os veículos continuarão apresentando certa "individualidade" e, para isso, Paulus aposta no que classifica de competência de Verissimo de Jesus, presidente do Correio do Povo, e Maurício Albuquerque, diretor-geral da Rádio Guaíba. No entanto, daqui em diante, jornal, rádio e TV devem manter uma relação mais próxima e mais propícia para a realização de projetos em conjunto. "Temos algumas cidades em que a televisão não atinge, mas os outros veículos chegam com bastante força. Nossa intenção é mostrar que os três veículos têm uma cara só, para que o povo gaúcho sinta-se mais à vontade, mais próximo de nós", explicou.
Há cerca de seis anos no Estado, o Grupo Record ainda tem na identificação com o público um desafio. "Nós temos uma concorrência que trabalhou isso por muito tempo, praticamente três décadas, então sabemos que ainda estamos ganhando o mercado e até mais rápido do que esperávamos", frisa.  Segundo o executivo, um erro do Grupo Record RS foi manter-se relativamente afastado da população. "Queremos que as pessoas se acostumem, que identifiquem os veículos do grupo como parte do dia a dia delas", afirma.
Para o futuro, conforme Paulus, os investimentos inicialmente estarão atrelados à tecnologia. Na Guaíba, o trabalho envolve a adoção do padrão digital. Na TV, a expansão para o interior e o processo de migração para alta definição serão foco. Já o Correio, que em 2010 ganhou investimentos em parque gráfico e adotou a policromia, o empenho será em desenvolver a linha editorial, alcançar mais o interior, e oferecer melhores condições de trabalho aos colaboradores. "A gente entende a ansiedade do profissional, a gente sabe da qualidade dos profissionais que temos, e sabe o quanto esse investimento será bom para nós e para eles. Mas temos que trabalhar com pé no chão. Infelizmente, diante da situação que o Brasil está passando, precisamos garantir o emprego das pessoas, antes de pensar em maiores investimentos", justificou.
Natural de Curitiba e com passagens por 11 estados, Paulus, antes de assumir a presidência do grupo no Estado, era diretor da LM Empresarial, empresa de auditoria interna da Record, em São Paulo. "O trabalho que desenvolvia lá ajudava muito na gestão. Quando se começou a falar no Rio Grande do Sul, se pensava em outros nomes. Mas, por esse acompanhamento, modelo de trabalho e até por ser do Sul, acabei tendo a felicidade de ser convidado", relatou.