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A classe "C" é um fenômeno social, político e econômico foi a avaliação final da pesquisa apresentada pelo Ibope Solution e pela Editora Abril, na última palestra do seminário "Comunicação: um negócio à beira de um ataque de nervos", que se realizou hoje, no Sheraton Hotel Porto Alegre. Segundo o jornalista Andres Bruzzone, diretor da Unidade de Alto Consumo da Abril, "após o Plano Real a editora intuiu novas possibilidades nesse segmento, o que gerou a primeira publicação voltada para este público, a Ana Maria". Recentemente, "com o sucesso das operações nesse segmento, percebemos que era necessário entender mais e questionar o nosso olhar sobre este público."
Nelsom Marangoni, presidente do Ibope Solution,

revelou que a classe "C" já corresponde a 33% do mercado e a 29% do consumo nacional, ganhando importância na medida em que há certa saturação na disputa pelos mercado A/B, responsável por 60% do consumo. A pesquisa, feita com 3.000 entrevistas, nas 9 principais praças, em julho deste ano, mostra as características das mulheres da classe "C": 39% têm ensino médio, 42% são casadas, 75% possuem filhos, 53% trabalham, 59% são católicas e 50% delas têm renda de 2 a 5 salários mínimos. O estudo também buscou captar valores, como a importância da união familiar (92%) e ser boa mãe (84%). Já 88% delas acreditam que têm tanta capacidade de trabalho quanto os homens e 94% acham que o futuro será melhor do que o presente.
Uma má notícia para a política. Se é alto o nível de confiança nos pais (87%) e nos irmãos (69%), de outro lado elas não confiam nos partidos políticos (97%), nos políticos (97%) e nem em líderes empresariais (89%). Em relação à mídia, elas afirmam que gostam de ler (59%) e identificam a revista como veículo feminino, o jornal voltado a homens, o rádio para pessoas de mais idade e a Internet para classe alta, jovens e pessoas mais cultas.