Palavras estrangeiras podem ter tradução obrigatória em impressos

Projeto de lei deve ser examinado hoje pela Assembleia Legislativa

A controversy (controvérsia) envolvendo o uso de palavras estrangeiras em "todo documento, material informativo, propaganda, publicidade" e mass media (meio de comunicação de massa), o que inclui marketing (sem tradução), através da palavra escrita chegou ao plenário da Assembleia Legislativa. Projeto de lei que determina a obrigatoriedade de tradução de expressões ou palavras estrangeiras, como ocorre na frase de abertura deste texto, deve ser votado nos próximos dias pela Casa. O tema deverá gerar stress (estresse). Há quem acuse o autor da proposta, deputado Raul Carrion (PC do B), de xenofobia e há quem considere elogiosa a iniciativa. O projeto de Lei 156/2009 foi aprovado na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se receber o aval do Plenário do Legislativo, irá afetar a propaganda e o jornalismo gaúchos.
Carrion diz que "não se pretende proibir o uso de expressões estrangeiras, mas apenas exigir a tradução, para que um maior número de pessoas compreenda o que está sendo veiculado". Ele exemplifica com as palavras "light" e "diet", que supostamente causariam confusão entre consumidores. De acordo com a justificativa do projeto apresentada por Carrion, "light" e "diet" são muitas vezes entendidas como sinônimos, mas que, no entanto, possuem significados distintos. O deputado também salienta "os aportuguesamentos de gosto duvidoso, em geral despropositados", como "startar", "printar" e "atachar".
O presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Ercy Torma, disse ao Coletiva.net desconhecer detalhes do projeto, mas lembrou que a instituição promoveu campanha pelo uso correto da Língua Portuguesa nos meios de comunicação. "Em artigos, em textos autorais, é aceitável, mas não cabem expressões estrangeiras em matérias jornalísticas", afirmou. Para o presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), Daniel Skrowonsky, a proposta é "desnecessária" e não irá impedir a presença de expressões consagradas, como "e-mail" (correio eletrônico), em textos publicados no Estado. De acordo com Skrowonsky, o uso de expressões estrangeiras "é uma evolução natural da língua". O vice-presidente da entidade, Zeca Honorato, salientou que "vivemos em mundo cada vez mais globalizado, em que as pessoas falam cada vez um número maior de línguas". "A Internet aboliu fronteiras", disse Zeca.

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