Em assembléia realizada hoje à tarde, no pátio da TVE, os funcionários fizeram uma avaliação da paralisação realizada durante toda a quarta-feira. Em entrevista à Coletiva.net, a delegada sindical Bete Lacerda informou que a greve "teve uma adesão de quase 80% dos servidores. Um número que até nos surpreendeu, é importante essa união", disse ela, que garantiu que "apesar das faixas e gritos de ordem", foi uma manifestação pacífica, sem nenhum tipo de conflito.

Durante a assembléia também ficou decidido que o governo terá uma semana para apresentar uma nova proposta salarial e de investimentos na estrutura. "Se isso não acontecer, vamos fazer uma nova paralisação. Ainda não sabemos se por um dia ou uma greve maior, decidiremos isso em uma nova assembléia na quinta-feira", esclareceu.

O presidente da TVE, Rogério Caldana, disse desconhecer a decisão tomada na assembléia realizada hoje. "Não fui informado de nada disso", disse ele a Coletiva.net, e garantiu que a Secretaria da Fazenda deverá apresentar uma proposta aos funcionários nos próximos dias.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, José Carlos Torves, disse que informou a decisão de uma nova paralisação numa ligação telefônica ao chefe-adjunto da Casa Civil, Pedro Bisch Neto. Torves lamentou ainda denúncias de um suposto acordo entre diretores de empresas de comunicação de Porto Alegre com a TVE para não divulgar a greve. "Vários jornalistas estiveram fazendo a cobertura e depois nada foi divulgado. Ficamos sabendo que a causa disso foi um acordo entre diretores, salvo o SBT. É lamentável que a imprensa tenha esse tipo de atitude", declarou.

Por causa da paralisação, não foram transmitidos ontem pela TVE os programas ao vivo. O Radar foi substituído por apresentação de clipes, e o Estação Cultura teve um programa reprisado. No horário dos telejornais TVE 1ª e 2ª edição, entrou a programação da TV Cultura. Os funcionários retomaram o trabalho normalmente nesta quinta-feira.