Repórter do CP diz: "Não existe um guia sobre como agir"

Desde domingo, Danton Júnior trabalha na cobertura da tragédia que matou 234 pessoas em Santa Maria

Repórter da editoria de Geral do Correio do Povo, Danton Júnior trabalha na cobertura do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, desde domingo, 27. Diante das dimensões da tragédia, Danton afirmou que não existe um guia jornalístico sobre como agir. "O que eu posso dizer é que nem o profissional mais insensível vai deixar a emoção de lado em um momento como esse", ressaltou o jornalista, que, nos últimos três dias, acompanhou a busca de familiares por notícias, a fase de reconhecimento de corpos até o enterro das vítimas.
Na data do acontecimento, o jornalista foi acordado às 5h30 por um chamado da redação, para cobrir o acidente que, naquele momento, havia feito 30 vítimas. "No trajeto até Santa Maria, ouvindo o rádio, este número foi aumentando cada vez mais, até chegar a 234 pessoas. É assustador pensar que tantas vidas estavam se perdendo de uma forma que poderia ser facilmente evitada", relatou, ao Coletiva.net. "O que eu tenho visto até agora é que os jornalistas estão procurando respeitar a dor dos familiares. Mas, por trás de cada uma das vítimas, havia sonhos e histórias que o número 234, por si só, não é capaz de contar", completou.
Para Danton, que deve permanecer em Santa Maria ao menos até o fim da semana, a tragédia deve provocar mudanças também nos jornalistas que lá estão ou estiveram. "Impossível não pensar na nossa família e não dar mais valor à vida com tudo o que estamos vendo", defendeu.

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