Sindicato RS repudia agressão a jornalista da Folha de S.Paulo

Nota reproduz detalhes do ocorrido e destaca pedido de desculpas do assessor de Fogaça

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul publicou, esta tarde, nota em que "lamenta e repudia as agressões sofridas pelo jornalista Graciliano Rocha, do jornal Folha de S.Paulo, no comitê do candidato José Fogaça, ao final da apuração das eleições municipais, no domingo à noite." O texto retraça o histórico da agressão, detalhando até diálogos entre o jornalista e seus agressores: "Segundo o profissional de 31 anos, ele foi intimado por um estranho dentro do comitê, assim que o candidato reeleito se preparava para conceder uma entrevista coletiva. "Olha, tu não és bem quisto aqui. Só escreve matéria f.d.p.", teria dito o homem. Ao final da coletiva e depois que Fogaça se dirigiu à rua para falar para a militância, Rocha foi abordado pelo mesmo homem na porta de saída. "Levei um soco no supercílio esquerdo e, a seguir, vários outros pelo corpo. Surgiu outro homem, que também começou a me soquear", relata."


O documento do Sindicato gaúcho acrescenta outros detalhes: "Diante das agressões, o jornalista caiu no chão e começou a levar pontapés das duas pessoas, que só pararam depois da chegada de outros jornalistas e de integrantes da cúpula do partido. "Fiz o Boletim de Ocorrência (BO) e exame de corpo de delito. Pessoalmente, apesar de estar com o corpo todo dolorido, este é um capítulo encerrado. Mas o jurídico do jornal é que decidirá o que fazer daqui para frente", diz Rocha, lembrando que recebeu solidariedade e pedido de desculpas do jornalista Marcelo Villas Boas, assessor de imprensa de Fogaça ainda no domingo.


Ainda complementa o documento: "O profissional está em Porto Alegre desde maio e fez basicamente matérias de cunho político. A que mais chamou a atenção foi a que denunciou o suposto enriquecimento ilícito do deputado estadual Luiz Fernando Záchia, coordenador da campanha de Fogaça. A reportagem provocou a saída do parlamentar do posto. A última foi publicada no último domingo e tratava da distribuição de bônus-moradia pelo governo municipal. O sindicato entende que este tipo de ocorrência fere a todos os profissionais em exercício no Rio Grande do Sul, pois tem o objetivo de cercear a liberdade de informar. Para a entidade, a discordância deve ser resolvida por meio do diálogo e não por agressão física como a que sofreu o jornalista Graciliano Rocha. A direção do sindicato cobra ainda apuração imediata do caso, a identificação e a punição dos envolvidos nas agressões."


Já o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) não publicaram sequer notícia do fato em respectivos seus sites.

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