Social Media Day reafirma morte de impressos e aponta sucessos da rede

Evento debateu rumos e tendências da comunicação nos meios digitais nesta terça-feira

Fim dos meios impressos, a percepção de que a conversa se tornou produto e sugestão de receita para obter sucesso em redes sociais foram os temas do Social Media Day, nesta terça-feira, 28, em Porto Alegre. Estudantes de comunicação, publicitários e jornalistas constituíram a plateia de cerca de 150 pessoas que se formou para acompanhar a terceira edição do evento, na pista de dança do Porão do Beco, em Porto Alegre. O Social Media Day debate rumos e tendências da comunicação nos meios digitais e ocorre sempre na última terça-feira de cada mês.
Coordenador do curso de pós-graduação em Comunicação Digital da Famecos, Marcelo Träsel apresentou argumentos ambientais, financeiros e práticos ao anunciar o fim de versões impressas de jornais e revistas. "A mídia impressa já era", afirmou o professor, que apontou as deficiências do negócio: cerca de cem árvores derrubadas para uma tiragem de 180 mil exemplares de um jornal diário, um caríssimo esquema de produção e distribuição e a oferta limitada de informação.
Bárbara Nickel, editora de Mídias Sociais de zerohora.com, salientou que a conversa, antes matéria-prima da atividade jornalística, tornou-se agora, em si mesma, também o produto que muitas vezes é oferecido ao público. "Muitas vezes, a conversa (com o usuário) é o produto a que queremos chegar. Não vamos fazer matéria", diz Bárbara ao relatar experiências de interação entre jornalistas do Grupo RBS com internautas.
Para encerrar, Ana Brambilla, editora de Mídias Sociais do portal Terra, indicou procedimentos fundamentais para que veículos de comunicação sejam bem-sucedidos em redes sociais: integrar, humanizar, inserir, monitorar e dialogar. Ao integrar, os veículos conquistam audiência para as páginas próprias. A conversa deve ser humanizada, ou seja, nem pensar em respostas automáticas. Com a inserção, retoma-se a percepção de Bárbara Nickel: a conversa do usuário vira notícia. Monitorar exige "braços e olhos abertos constantemente". Aqui, além da busca de conteúdos interessantes, o desafio é conferir a credibilidade da fonte e da informação. Ao dialogar, é preciso ter em mente que, do outro lado da tela, está um ser humano.

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