Trindade teve uma carreira sólida e respeitada no Jornalismo

Atuação profissional começou em 1970 e teve inclusive ações no exterior

O corpo do jornalista Osmar Béssio Trindade está sendo velado na capela 8 do Cemitério João XXIII, onde será sepultado às 17h. Trindade nasceu há 72 anos em Santana do Livramento e desenvolveu uma sólida e intensa carreira profissional em vários veículos de comunicação no Brasil e no exterior, entre 1970 e 2009. Foi editor do Jornal da Semana, em Porto Alegre; repórter especial na sucursal do jornal O Globo, em Porto Alegre; chefe de reportagem geral da TV Gaúcha (atual RBS TV) e editor do programa "Campo e Lavoura"; editor e chefe de Redação da Folha da Manhã, da Companhia Jornalística Caldas Junior, até 1974, quando foi um dos fundadores da Cooperativa dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre (Coojornal). Na Coojornal ocupou os cargos de vice-presidente e presidente e ali também foi editor do mensário Coojornal, do semanário O Rio Grande e da revista Agricultura & Cooperativismo. Foi ainda diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul.
Em 1980, foi processado junto com três colegas (Rosvita Sauressig, Elmar Bones e Rafael Guimaraens) pela publicação, no Coojornal, de dois documentos reservados do Exército: os relatórios da Operação Registro (combate à guerrilha no Vale da Ribeira, em 1969, e Operação Pejussara, a perseguição e morte do ex-capitão Carlos Lamarca no interior da Bahia, em 1971. Cumpriu quase um mês de prisão de uma condenação, em primeira instância, de seis meses, no presídio Madre Pelletier. Quando o processo estava para ser examinado pelo STF, acabou prescrevendo por razões políticas: já não havia mais clima pra condenar jornalistas. A reportagem, assinada por Elmar e Trindade, ganhou o Prêmio Esso daquele ano.
Entre 1984 e 1999, foi assessor técnico estrangeiro do projeto "Comunicação Social para o Desenvolvimento Rural Integrado", do Ministério da Informação da República de Moçambique. A função consistia em implantar delegações do Instituto de Comunicação Social em províncias do interior moçambicano, dar formação prática a moçambicanos em comunicação social para serem "Correspondentes Populares", e supervisionar a operação das delegações para atingir as metas e objetivos do programa de comunicação social do governo local. Nestas funções, coordenou a produção e edição de veículos locais, como o Jornal O Campo, o programa radiofônico Aldeia Comunal e o programa televisivo Canal Zero. Junto com o colega Antonio Oliveira, Trindade foi supervisor geral do projeto nas províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Niassa, Inhambane, Manica e Maputo.
De volta ao Brasil, no ano 2000, fixou-se no Amapá, onde foi assessor de comunicação do Governo do Estado e posteriormente chefe de redação e editor geral do Diário Folha, do Amapá. Em junho de 2005, Osmar veio a Porto Alegre para o enterro do filho Jadson Trindade, que era funcionário do comercial de Zero Hora e foi morto em assalto na Lomba do Pinheiro. A partir de 2005 transferiu-se para Brasília, onde desempenhou funções em assessoria política.
Deixa os filhos Márcio e Técio e um casal de netos. Mensagens de solidariedade à família podem ser encaminhadas a Márcio no e-mail [email protected]
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