Versão da hora

Com alta do dólar e crise econômica, salários de publicitários em agências internacionais se tornaram melhores

Devido à crise econômica, publicitários brasileiros buscaram espaço no mercado no exterior. O resultado é que, com o dólar na casa dos R$ 4, eles passaram a ganhar o dobro do que se estivessem no Brasil, na comparação proporcional aos seus salários.
"O salário no Brasil era melhor que aqui, corrigindo para o dólar, há quatro anos, quando o dólar estava 2×1. Agora que está 4×1, o salário no exterior ficou bem mais atrativo porque praticamente vale o dobro que quatro anos atrás", conta Renato Fernandez, diretor de criação mundial para Gatorade na TBWA/Chiat/Day Los Angeles, onde está há quase quatro anos.
Outra vantagem é que a escola brasileira prepara para o mercado externo. Segundo diretor de criação executivo na Leo Burnett USA/Lapiz, em Chicago, Fabio Seidl, a competitividade para entrar e se firmar em uma agência no Brasil é maior. "A gente já chega aqui fora treinado para conseguir emprego. Mas apesar da excelente reputação criativa do Brasil no mundo, é preciso entender que no exterior a cultura, os processos e objetivos são bem diferentes", disse.
Além da crise e dos salários melhores no momento, a vontade de ter uma experiência fora do país como parte do crescimento profissional é um dos motivos que levam os publicitários para o exterior, porém, os mais experientes lembram sobre a importância de ter uma "base brasileira". "Para quem é mais novo, antes de pensar em sair, vale tentar trabalhar e aprender com os craques no Brasil: Nizan, Washington, Fabio Fernandes, estar numa Almap, Ogilvy, FCB, numa Leo", contextualiza Seidl.
A performance criativa da propaganda brasileira é reconhecida internacionalmente, o que também contribuiu para os convites aos diretores de arte brasileiros. De acordo com diretor de arte da J.Walter Thompson Atlanta, Lucas Heckm, diretores de arte brasileiros são considerados os melhores do mundo, com uma escola de mídia impressa forte. "Se você sobrevive a uma agência brasileira, você sobrevive em qualquer agência do mundo", reforça.

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