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Novela exibe hoje depoimento de José Dirceu sobre luta contra a ditadura militar

Vai ao ar nesta quarta-feira, 20, no encerramento do capítulo da novela "Amor e Revolução", do SBT, o depoimento gravado pelo ex-ministro José Dirceu sobre a prisão pela ditadura, em 1969, e o período em que viveu exilado em Cuba e clandestino no Brasil. Dirceu não é o primeiro a gravar depoimento para a trama de Tiago Santiago. Nomes como Criméia Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia, e Rose Nogueira, que dividiu a cela no Dops com a presidente Dilma Rousseff, já passaram pela atração. A novela enfrenta oposição de parcela dos militares brasileiros.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o depoimento de Dirceu é menos dramático do que os anteriores. O ex-ministro faz distinção entre a época em que foi preso, quando a tortura ainda não era corrente, e o recrudescimento posterior. "Quando chegamos ao Dops houve uma sessão de pancadaria, de chutes." Ele narra a chegada para o 4º Regimento de Infantaria, unidade do Exército em que o capitão Carlos Lamarca esteve preso, onde teria havido mais maus-tratos. "A comida era uma lavagem, a cela era pra ter pneumonia e tuberculose. Percebemos que aquilo era prenúncio do que estaria pra começar de tortura e da ditadura", diz Dirceu no vídeo, ao qual a Folha teve acesso.
Ele descreve as condições do congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que levou à prisão de cerca de 800 participantes, em 1969, como "precárias". "Nós recebemos a informação de que o lugar estava cercado e decidimos não sair. Fomos todos presos", conta Dirceu, que está inelegível após ser cassado pela Câmara, sob acusação de ter chefiado o mensalão. Ele é réu em ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF).
O depoimento, de uma hora, deve ser usado em outros capítulos. A novela do SBT, que vai ao ar às 22h, estreou no último dia 5, com média de audiência de 7 pontos na Grande São Paulo.

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