Versão da Hora

Folha de S.Paulo contesta acusação de censura

Depois de ser criticada pela organização Repórteres sem Fronteira, por Julian Assange, criador do WikiLeaks, pelo jornal Financial Times, e pela própria ombudsman do jornal, Suzana Singer, a Folha de S. Paulo contestou nesta sexta-feira, 14, a acusação de estar praticando censura contra o blog Falha de S.Paulo. A Folha obteve vitória na Justiça contra o blog, que faz paródia do diário paulista. A página foi retirada do ar, ao mesmo tempo em que o jornal foi alvo de críticas. 
"Os textos satíricos sobre a Folha veiculados pelo blog Falha de S. Paulo não foram proibidos pela Justiça nem era esse o pleito do jornal, segundo o diretor jurídico do Grupo Folha, Orlando Molina. A Justiça determinou que o blog não use o logotipo da Folha nem o domínio falhadespaulo.com.br na internet", diz matéria publicada pelo jornal. De acordo com o texto, o juiz que avaliou o caso não proibiu a sátira, mas a "inequívoca confusão" entre o nome do blog e o título do jornal. "O jornalista Lino Ito Bocchini, diretor editorial da revista 'Trip', que faz o blog junto de seu irmão Mário, diz que o fato de o juiz ter vetado o uso do domínio é 'censura'. "Tirar um site do ar é como derrubar o sinal de uma TV ou de uma rádio. E foi exatamente isso que o jornal fez", escreveu Bocchini em e-mail à Folha".
O diretor jurídico da Folha contesta a interpretação de que conteúdo foi vetado: "Jamais pediríamos a proibição de um blog. O que não podemos aceitar é o uso da marca e de conteúdos do jornal". Segundo ele, o blog poderia migrar o seu conteúdo para um outro domínio, sem qualquer problema. Os irmãos Bocchini criaram outro blog em que atacam o jornal, mas não têm intenção de usar as sátiras antigas, de acordo com Bocchini. "Não podemos correr o risco de ser interpretados pela Justiça como estando desrespeitando a liminar".

Comentários