Versão da Hora

Gay Talese acredita na sobrevivência da mídia imprensa

Gay Talese, um dos principais escritores norte-americanos contemporâneos, acredita que jornais e revistas têm sobrevivência garantida caso continuem apostando em boas histórias. "Sei que falo como um velho da profissão", disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, por telefone, de Nova York, onde vive. "Mas o mundo está cheio de coisas interessantes. Basta ser criativo para encontrá-las e disseminá-las de modo original." Além das ameaças ao jornalismo impresso, por conta da expansão do alcance da internet e da perspectiva dos efeitos da crise internacional, Talese alerta que vive-se um momento de incerteza por conta da fragilidade de alguns veículos. E destaca o exemplo do New York Times, que se encontra em uma situação econômica alarmante. "Vários erros foram cometidos ali. O principal deles foi terem aberto seu conteúdo on-line."


No entanto, outra notícia, distribuída pelas agências internacionais de notícias, informou que a Casa Branca manifestou "preocupação" e "tristeza" com a situação do mercado americano de jornais, mas descartou a possibilidade de uma ajuda financeira por parte do Governo. "Eu honestamente não sei o que o Governo pode fazer a respeito disso", declarou o porta-voz Robert Gibbs. "Seria uma área arriscada de se entrar considerando os diferentes papéis", completou, referindo-se ao risco da perda de independência por parte dos jornais. Gibbs fez os comentários ao ser perguntado por um repórter sobre como a Casa Branca via o fechamento de vários jornais e a ameaça que pesa sobre o Boston Globe, diário de 137 anos. A empresa avisou que fecharia o jornal se os empregados não concordassem com reduções de 20 milhões de dólares em concessões que envolvem reduções de salários e o fim de alguns benefícios.

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