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Banir propagandas reduziria obesidade infantil, diz estudo americano

Um estudo americano sobre obesidade infantil sugere que a propaganda de fast food pode ter um papel importante para os altos índices do problema. Segundo a pesquisa, publicada no Journal of Law & Economics, se os anúncios de fast food fossem banidos, o número de crianças de 3 a 11 anos acima do peso seria reduzido em 18%. Já a quantidade de adolescentes de 12 a 18 com o mesmo problema sofreria queda de 14%.


Para especialistas americanos, trata-se do primeiro estudo a mostrar que os comerciais televisivos têm tão grande impacto na obesidade infantil. De acordo com informações publicadas pela Folha de S.Paulo, em 2006, uma pesquisa feita pelo Instituto de Medicina, dos EUA, havia sugerido essa ligação, mas acabou concluindo que as provas eram insuficientes. Outro trabalho, da Universidade de Illinois, descobriu que os comerciais de fast food representam 23% dos anúncios relacionados à comida vistos por crianças na TV.


Os autores da pesquisa, no entanto, não defendem uma proibição nos anúncios de fast food. Eles dizem que algumas famílias podem se beneficiar dos anúncios, descobrindo, por exemplo, quais restaurantes ficam próximos à sua casa e o que eles servem. Afirmam, ainda, que muitas pessoas consomem fast food moderadamente, sem prejudicar sua saúde. O estudo se baseia, em parte, em um levantamento governamental que envolveu entrevistas pessoais com milhões de famílias. Cálculos estatísticos levaram em conta outras influências, como renda, o número de restaurantes de fast food na vizinhança e a possibilidade de algumas crianças já estarem obesas, independentemente de seus hábitos relativos a ver TV.


No Brasil, segundo a Folha Online, um estudo divulgado no ano passado com 816 famílias que têm filhos de 7 a 14 anos relacionou a obesidade das crianças à quantidade de propaganda de alimentos ricos em gordura, açúcar, sal e óleo exibidas na televisão. Desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto, a pesquisa mostrou que cerca de 27% da propaganda exibida era de alimentos. Desse total, 57% vendiam produtos como refrigerantes, achocolatados, bolachas recheadas e salgadinhos. Das crianças avaliadas, 24% tinham sobrepeso ou obesidade, e a maioria comia muitos alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.

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