Gramado - Cobertura especial do Festival de Publicidade

O cartunista Ziraldo destacou, em entrevista exclusiva à redação do Coletiva.Net em Gramado, que a propaganda deve trabalhar mais os fundamentos. Segundo ele, a tecnologia está transformando as relações e trabalhos dentro da publicidade. "Não devemos deixar de lado os fundamentos frente às tecnologias que estão por aí", enfatizou. Sobre o Festival, Ziraldo disse que a criatividade realmente vale ouro. É importante para ele que vive da criatividade, pois "sou um inventor de coisas". Além de explicar que aplica sua criatividade nas histórias em quadrinhos, slogans e campanhas, o cartunista ressaltou que é o publicitário mais antigo do Festival, declarando ter iniciado sua carreira em 1948. Ele já trabalhou nas agências McCann Erickson e Standart.
O cartunista revelou ainda que concorda em alguns aspectos com o fotógrafo Oliviero Toscani, ao abordar a questão da publicidade brasileira. "Ele criou a cara da Benetton, fez com que as pessoas lembrassem da propaganda e do produto, o que geralmente não acontece. A gente lembra da propaganda, mas esquece do produto", completou ele.
Sobre o Pasquim, ele destacou que, tendo sido uma resistência à ditadura, hoje a publicação "volta resistindo, de alguma forma, à tecnologia". Ele acha que deve haver pelo menos uns 60 mil brasileiros que gostariam de ler o Pasquim, mas o jornal só chega às mãos de 15 mil leitores, quase todos assinantes.