O volume de vendas da 54ª Feira do Livro de Porto Alegre deverá cair cerca de 10% neste ano. A Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) divulgou nesta quinta-feira, 13, os números da quantidade de livros vendidos até a última terça-feira, 11. Pelos levantamentos, foi constatado que a Feira venderá de 8% a 10% a menos que no ano passado. Entre as possíveis causas da queda na comercialização, o patrono Charles Kiefer cita a crise mundial, a crise da LIC (lei estadual de incentivo à Cultura), a concorrência entre as livrarias e a falta de um grande best-seller.

Segundo Kiefer, a crise nos mercados globais já bateu na Feira. "Num mundo globalizado, ninguém está a salvo, por mais consistentes que sejam os fundamentos econômicos. Talvez ainda não esteja faltando dinheiro no bolso, mas já falta confiança, esperança, fé e outros fatores psicológicos fundamentais aos cidadãos porto-alegrenses", explica ele. 

Outro fator citado pelo patrono foi a não-aprovação da verba da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) com antecedência, pois, com isso, foi necessário cortar custos. "E cortar custos significou diminuir o conjunto, reduzir o charme da Feira, deprimir o interesse da população pelo evento. Além de que pairou, inclusive sobre a Feira, suspeitas (infundadas) de mau uso de verba pública", relata. 

Para Kiefer, o advento da Internet e as compras on-line também vêm concorrendo "duramente" com os expositores da Feira. "Os descontos "on line" são maiores e isso ajudou a reduzir as vendas", explica. Além da concorrência das livrarias, a ausência de um grande best-seller neste ano, como ocorreu em 2007 com O Senhor dos Anéis, O Código Da Vinci ou O segredo também colaborou para a diminuição das vendas.

Até o momento foram vendidas 268.770 obras (9% menos que em 2007), sendo que a Área Geral comercializou 189.757 (-10%), Área Infantil, 68.490 (-4%) e a Área Internacional, 10.523 (-9%). Os números de vendas foram obtidos através de um formulário preenchido diariamente pelos expositores, informando o número de livros vendidos no dia anterior. As anotações foram recolhidas por funcionários da CRL, que contabilizou os números.