Rech defende: "A boa formação é obrigatória para um bom jornalista"

Palestra do vice-presidente Editorial do Grupo RBS foi mediada pela jornalista e VP da ARI Cris Finger

Com interação do público, Marcelo Rech responde quesitonamentos - Divulgação/Coletiva.net

O vice-presidente Editorial do Grupo RBS, Marcelo Rech, defendeu que uma boa formação é obrigatória para um bom jornalista. Sua afirmação foi uma resposta ao questionamento da jornalista e VP da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Cris Finger sobre o papel da academia na profissionalização dos futuros colegas. "A formação é obrigatória, dentro e fora da sala de aula, pela questão dos princípios e valores, o que diferencia os jornalistas dos amadores", pontuou.  

Para Rech, há uma necessidade de aproximação dos jornalistas com as empresas. "Acho que, no Brasil, temos o desconhecimento do que a academia está fazendo, e a academia, por sua vez, tem uma visão distante da realidade vivenciada nas redações", afirmou. Na sequência, o diretor da ARI, Celso Schröeder, perguntou sobre a reação das empresas à entrada das tecnologias na produção de informação e salientou que as fake news mostram, mais do que nunca, que a profissionalização se faz essencial. A isso, Rech respondeu que defende ardorosamente o jornalismo digital, mas que este deve ser certificado. "Estamos em uma crise do modelo de negócios e no próprio jornalismo", admitiu.     

Presente na plateia, a jornalista Maria da Graça Maciel, que trabalhou na RBS TV, concordou que tenha, atualmente, uma confusão da figura do jornalista e questionou como o Grupo RBS se posiciona quanto às contratações de profissionais. "Pessoalmente, sou contra a obrigatoriedade do diploma, posicionamento compartilhado pela empresa, embora não costumamos contratar pessoas que não sejam formadas", disse, ao alertar que há algumas raras exceções: "São aqueles que têm talento e vocação".  

O diretor da Radioweb, Paulo Gilvani, trouxe para o debate o branded content, ao que o palestrante informou que este espaço deve ser ocupado por jornalistas profissionais. "É um conteúdo publicitário, mas com produção e sensibilidade jornalísticos", sentenciou Rech. Para ele, no entanto, o mercado brasileiro ainda está engatinhando nesse sentido e defendeu, ainda, que é importante sempre deixar claro para o público que o conteúdo em questão se trata de publicidade: "É um princípio ético elementar".

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