Crédito expande e taxa de juros cai

Volume total de crédito registrou nova elevação, passando de 46,2% em agosto para 46,7% em setembro

A Fecomércio divulgou nesta quarta-feira, 27, que em setembro, houve expansão no saldo total das operações de crédito, subindo 1,3% em relação a agosto, em termos reais. Com isso, o volume total de crédito, em termos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB), registrou nova elevação, passando de 46,2% em agosto para 46,7% em setembro. Esse resultado é fruto do bom momento da economia brasileira, com robusto crescimento da massa real de salários (10,1% em relação a setembro de 2009), decorrente do acréscimo na ocupação e no rendimento médio real dos trabalhadores, além da elevada confiança do consumidor e da indústria.
O crescimento do volume total de crédito supera os 14%, sendo fortemente influenciado pelas operações de crédito direcionado, com expansão de 23,4%, na comparação com setembro de 2009. Nessa modalidade, evidencia-se destaque para os financiamentos habitacionais e via BNDES, com elevação de 44,4% e 25,4%, respectivamente, nos últimos doze meses. Já o crédito com recursos livres registrou acréscimo de, aproximadamente, 10% no mesmo período de comparação, sendo puxado tanto por operações com pessoas físicas quanto com pessoas jurídicas, que cresceram 8% e 12% na mesma base.
Além disso, no que se refere ao custo das operações de crédito, a taxa média mensal de juros caiu novamente, situando-se, no mês de setembro, em 35,1% a.a. A queda mensal foi puxada pela redução no spread bancário, que ocasionou a diminuição no custo médio dos empréstimos contratados pelas famílias, cuja taxa atingiu 39,4% a.a., decréscimo de 0,5 p.p. em relação a agosto e menor patamar da série histórica. Na contramão, o custo dos empréstimos para pessoa jurídica elevou-se, chegando a 29%, resultado ainda influenciado pelo aperto monetário, que provocou aumentos na taxa Selic entre abril e julho.
Analistas da Fecomércio acreditam que para os próximos meses, deverá ter continuidade o processo de elevação do volume de crédito, em especial de recursos direcionados via BNDES e programas habitacionais. Não obstante, as operações com recursos livres também apresentam boas perspectivas de expansão, posto que a renda das famílias deve seguir em alta, assim como sua confiança, motivando a tomada de empréstimos e financiamentos. As taxas de juros à pessoa física devem situar-se em patamar baixo na comparação com a série histórica, o que deve proporcionar maior alavancagem de recursos, mas não deve prejudicar a saúde financeira dos gaúchos, possibilitando crescimento superior a 7,5% para as vendas do varejo no ano. 
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