Crédito expande e taxa de juros sobe

Saldo total das operações de crédito apresentou crescimento em julho relação a junho desse ano

Conforme divulgação do Banco Central, o saldo total das operações de crédito apresentou crescimento em julho relação a junho desse ano, atingindo a marca de 45,9% do Produto interno Bruto (PIB). Ademais, em virtude do primeiro ciclo de aperto monetário do ano, iniciado em abril, a taxa de juros referencial para crédito também apresentou elevação, passando de 34,6% para 35,4% a.a.
Cabe destacar que o volume de crédito manteve a tendência de elevação, apresentando acréscimo de 1,2%, em julho, frente ao mês anterior. Desse modo, o crédito em termos de participação do PIB registrou aumento de 45,7% para 45,9%. Dentre os fatores que contribuíram para o crescimento mensal, destaque para o crédito direcionado, que teve forte influência das operações vinculadas ao BNDES e do crédito à habitação. Entre junho e julho, o total de recursos direcionados ao BNDES ampliou 2,5%, enquanto o crédito à habitação aumentou 4% na mesma base de comparação. Já com relação aos recursos livres, em julho, o total de crédito concedido foi 0,7% maior do que em junho, resultado da concessão 1% maior para pessoa física e 0,4% maior para pessoa jurídica.
De acordo com analistas da Fecomércio, o mercado de crédito deve continuar aquecido, tendo em vista a expansão da massa salarial (com crescimento de 8,7%, em julho, em relação a julho de 2009) e a elevada confiança do consumidor, muito embora o volume disponível deva crescer a taxas mais suaves nos próximos meses. Não obstante, as operações com recursos livres podem apresentar alguma acomodação na expansão (o que não deve ocorrer com o crédito direcionado), tendo em vista os reflexos do aperto monetário que já elevou a Selic de 8,75% para 10,75% ao ano desde abril.
A taxa de juros referencial para crédito voltou a subir em julho, com acréscimo de 0,8 p.p. em relação ao mês anterior, atingindo 35,4% a.a.. O resultado, já esperado devido à defasagem entre implementação da política monetária e o seu efeito na economia, foi construído com base no aumento dos juros, que sofreu influência do ciclo de elevações da Selic iniciado em abril. Desse modo os juros para pessoa jurídica subiram 1,4 p.p. e para pessoa física 0,1 p.p., atingindo as taxas de 28,7% e 40,5% a.a., respectivamente. Contudo, esse pequeno efeito do aperto monetário, principalmente nos juros cobrados para pessoa física, vem sendo mitigado ao longo dos últimos meses pela queda do spread bancário que já sofreu redução de 5,0 p.p. nos últimos doze meses. No cenário em que a Selic permaneçe entre 10,75% e 11% no final do ano, é possível que a taxa de juros para pessoa física deva permanecer em um patamar baixo para os padrões históricos, próximo a 42% a.a., já a pessoa jurídica, deverá permanecer entre 29% e 30% a.a..
Com relação às principais modalidades, em julho, a taxa de juros apresentou variação, para pessoa jurídica de: 1,4p.p. para capital de giro e -2,1p.p. para hot money. Já para pessoa física, a variação foi de: 2,2p.p. para cheque especial, 0,2p.p. para crédito pessoal e 0,4p.p. para aquisição de veículos. 
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