Crédito registra nova expansão

Recursos direcionados continuam a puxar a expansão do crédito no país

Em consonância com divulgação do Banco Central do Brasil (BC), o estoque total de crédito do sistema financeiro, que inclui as operações com recursos livres e direcionados, apresentou nova elevação em junho, subindo 2%na margem, em termos deflacionados. Com esse resultado, o montante total de crédito com relação ao Produto Interno Bruto (PIB) alcançou a marca de 45,7% no mês, elevação de 0,4 p.p. em relação ao mês anterior. O resultado mostra que as famílias continuam com possibilidade de manutenção do alto nível de consumo (o que é demonstrado através dos índices de confiança ainda elevados para padrões históricos).
Muito embora os recursos livres tenham se elevado (com elevação de 1,78% na margem), são os recursos direcionados (principalmente via BNDES) que continuam a puxar a expansão do crédito no país (com expansão de 2% na mesma base de comparação). Na modalidade livre, destaque para acréscimo de 0,93% no crédito para pessoa física (impulsionado pela elevação de 1,64% no crédito pessoal e de 2,78% na aquisição de bens) e 2,64% para pessoa jurídica (puxada por um crescimento de 2,28% no capital de giro). Já com relação ao crédito direcionado, as carteiras de financiamento do BNDES avançaram 3,1% no mês (resultado de expansão de 2,1% sob a forma direta e de 4,2% nos repasses de instituições financeiras). Ademais, os financiamentos habitacionais se elevaram em 3,6% no mês.
A taxa média mensal de juros decresceu 0,3 p.p., na margem, atingindo o patamar de 34,6% a.a. em junho. Esse resultado reflete a queda na taxa para pessoa física, que passou de 41,5% a.a. em maio para 40,4% em junho, uma vez que a taxa para pessoa jurídica apresentou elevação de 0,4 p.p., passando de 26,9% a.a. para 27,3% no mesmo período de comparação. A redução na taxa para o consumidor é explicada pela queda na inadimplência (tanto para empresas quanto para o consumidor) e pela troca de financiamento por linhas de crédito relativamente mais baratas.
O mercado de crédito continua em expansão, em virtude da elevação da renda das famílias (a massa salarial cresceu, em junho, 7%, aproximadamente, em termos reais, em relação ao mesmo período do ano anterior) e da manutenção da confiança das mesmas em níveis altos. As linhas de crédito direcionadas não devem sofrer efeitos significativos das elevações da Selic, de modo que o crédito do BNDES e dos programas sociais não deve arrefecer. Com isso, analistas da Fecomércio mantiveram as previsões de crescimento para o varejo gaúcho no ano (entre 6,6% e 7,4%).
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