Fórum debate alternativas para recuperar economia do Estado

Evento na Assembleia Legislativa reúne empresariado e autoridades nesta segunda-feira

Com a presença do governador do Estado, foi aberta nesta manhã a segunda edição do "Fórum dos Grandes Debates - No Caminho de um Novo Rio Grande". O evento, que acontece no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, discute a situação econômica e as potencialidades do Rio Grande do Sul ao longo desta segunda-feira, 8. Presidente do Parlamento gaúcha, Edson Brum (PMDB) destacou que o fórum é mais um esforço da Assembleia no sentido de chamar a si a corresponsabilidade pelas questões fundamentais dos gaúchos. "A crise das finanças públicas gaúchas está posta, é conhecida e cabe a nós enfrentá-la com determinação, por mais gigantesca que se apresente", sublinhou Brum ao destacar que as sociedades são capazes de enfrentar e superar desafios bem mais severos que uma crise financeira.
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, saudou parlamentares, autoridades e demais entidades presentes no encontro e agradeceu a Assembleia Legislativa pela realização dos debates. "O Rio Grande do Sul está como nunca diante de uma imperiosa necessidade de enfrentar grandes  debates. Debates de futuro, debates de solidariedade e debates de soluções", sublinhou o governador ao destacar que é primordial colocar em primeiro plano "o conteúdo que mais importa lá na ponta, que é o atendimento às pessoas, especialmente àquelas que mais precisam daqueles que possuem a responsabilidade, seja ela política, econômica ou social".
Em seguida, sugestões para o enfrentamento à crise estrutural do Estado através do cooperativismo e do empresariado foram apresentadas em painel, com mediação do jornalista André Machado. No encontro, Vergílio Périus, da Ocergs, Walter Lídio Nunes, da Celulose Riograndense, e o jornalista Eugênio Esber, da Revista Amanhã, concordaram que é preciso derrubar velhos conceitos para entrar no mundo moderno e através de gestão estratégica alcançar a convergência para a recuperação do Estado.
O presidente da Ocergs afirmou que o cenário econômico nacional e a necessidade de refederalizar o país "não deixam o Rio Grande do Sul numa ilha" e apontou seis impedimentos que comprometem o desenvolvimento do Estado: a burocracia, a educação, a questão energética, logística, financeira e tributária. Ele mostrou a contribuição do cooperativismo, que registra crescimento de 10,2% diante da estagnação do Estado, promove a inclusão econômica, financeira, mercadológica e social, como é o caso das Unimeds, que entregaram sete hospitais próprios e desafogaram o SUS em 1.200 leitos, conforme relatou aos participantes do Fórum. Entusiasta do cooperativismo, ele deixou claro que não acredita em mudança imediata de comportamento diante do esgotamento financeiro e da crise estrutural que paralisa do Rio Grande do Sul.
Esber, por sua vez, crê que a unidade do Estado, do setor privado e da academia poderia resultar na busca do dinheiro, que é o gargalo que a curto prazo pode resolver a crise. Descrente nas forças políticas tradicionais, ele recusa o personalismo para encontrar soluções e acredita que o capital internacional deve ser atraído para fomentar e estimular o desenvolvimento, a geração de emprego e renda. Se as soluções intervencionistas não continuarem atrapalhando, o capital internacional pode surgir como alternativa, sugeriu Esber, acrescentando que os poderes estaduais, através de uma comissão, busquem no mundo modelos de regulação para situações específicas como os presídios, as estradas, o petróleo e todas as necessidades atuais, naturalmente submetidos ao mecanismo público de controle.
Walter Lídio Nunes também alertou que a conjuntura econômica nacional afeta a crise gaúcha. Ele mostrou indicadores internacionais que confirmam o atraso brasileiro no estímulo ao empreendedorismo através das exigências burocráticas, limitações ao crédito, deficiências na infraestrutura e na educação, no combate ao crime organizado e à violência, a relação entre o capital e o trabalho, a queda vertiginosa na confiança nos políticos e a falta de transparência. "É este cenário que confirma a falta de capacidade do país em competir no mundo globalizado", disse o empresário, ao criticar o descaso do Congresso Nacional em trabalhar a favor das reformas estruturantes, que alcançariam estas questões, preferindo a "tapeação" da reforma política ou a pauta da maioridade penal.
O evento prossegue à tarde com dois painéis.

Painelistas apontaram os gargalos da economia gaúcha | Crédito: Pedro Belo Garcia

Painelistas apontaram os gargalos da economia gaúcha | Crédito: Pedro Belo Garcia


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