País deve corrigir problemas para exportar melhor

Almoço da Exportação reuniu lideranças do setor para debater a competitividade

O Brasil vem exportando menos nos últimos anos, ao mesmo tempo em que aumenta a pauta de importações, o que já sinaliza para um resultado de déficit no fechamento das contas da balança comercial brasileira de 2014. Tal viés vem aumentando a preocupação dos empresários, principalmente quando associado a velhos problemas do setor exportador, como volatilidade do dólar, aumento de juros, falta de reformas estruturais e deficiência logística, fatores que inibem a competitividade.
O debate destas questões foi a atração do 2º Almoço da Exportação, promoção da ADVB/RS que marcou o lançamento nesta quinta-feira, 3, do 42º Prêmio Exportação RS, que tem como tema "Desafios e alternativas para as exportações gaúchas de manufaturados",  a ser entregue em 9 de junho. Os palestrantes convidados foram o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, e o executivo Pedro Parente, CEO da Bunge. Entre os quase 200 ouvintes, na plateia estavam o governador do Estado, Tarso Genro, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, secretários estaduais e empresários.
Pedro Parente apontou problemas e as oportunidades para o Brasil ampliar a capacidade competitiva das empresas. Depois de apresentar estatísticas demonstradoras deste potencial, o executivo, que já presidiu a diretoria do Grupo RBS, resumiu tudo com uma frase: "A falta diálogo entre o governo federal e o setor privado provoca redução no apetite do empresário em investir". Segundo ele, chega de se tratar as questões de forma superficial, é preciso um tratamento de fato, um posicionamento que dê estabilidade sobre as regras do jogo e, que acima de tudo, adicione valor para os dois lados.
"O Brasil deve ter foco no comércio exterior. Exportamos peso (commodities), quando precisamos embarcar manufaturados. Para isso, os problemas estruturais devem ser corrigidos. Caso do sistema tributário, que estimula a exportação de matéria-prima e desestimula o produto industrializado", explicou José Augusto. A lista vai além. Em segundo lugar, está a reforma trabalhista, que deve nascer para reduzir os elevados encargos, seguida da infraestrutura, classificada como "deficiente, insuficiente e cara". "Nenhum país consegue exportar se não tiver uma logística adequada", explicou o presidente da AEB. Quanto ao foco, citou que o Brasil precisa investir em países grandes compradores, a exemplo dos Estados Unidos e da Europa. "Hoje, 50% dos produtos manufaturados nas fábricas nacionais vão para a América do Sul, que representa 3% das importações mundiais. Nesse bloco, temos condições de competir porque a logística permite, porém se jogarmos os embarques para a China, Índia ou Rússia, perdemos em competitividade", explicou ele.Tanto o presidente da ADVB/RS, Carlos Biedermann, como o presidente do Conselho do Prêmio Exportação RS, Renato Malcon, lembraram em breves intervenções que a premiação é realizada há 42 anos e considerada o maior evento deste segmento no Sul do País. A proposta é valorizar as empresas que obtiveram os melhores resultados mercadológicos e desenvolveram estratégias inovadoras para expor e comercializar os produtos no mercado internacional. A cerimônia, em que as empresas vencedoras são homenageadas, será em 9 de junho, no Teatro do Bourbon Country.  A premiação é promovida pelas dezesseis mais representativas instituições vinculadas ao segmento exportador brasileiro, que formam o Conselho do Prêmio Exportação RS. 
Imagem

Comentários