Luciana Bazanella detalha cinco megatrends

Tendência é instrumento para uma leitura, defendeu a consultora

Consultora, palestrante e professora nas áreas de marketing digital, gestão de mídias sociais, conteúdo e inovação, Luciana Bazanella foi a segunda palestrante do FIC 2017 - Festival de Interatividade e Comunicação. Ela apresentou cinco macrotendências captadas por sua equipe e, antes de detalhá-las, defendeu que cada um destes movimentos é um tsunami que pode impactar pessoas no mundo inteiro. "Tendência é um instrumento para que a gente possa fazer uma leitura do momento", pontuou.

A primeira tendência apresentada foi breaking god. Para ilustrar, Luciana comparou à série Breaking Bad, enquanto o protagonista se torna pessoa má, no conceito breaking god as marcas começam a recuperar seu papel de contribuição social. Segundo a palestrante, isso fortalece um questionamento de consciência, onde as pessoas não se satisfazem com boas marcas e passam a exigir que essas também façam algo bom. Um exemplo é o da marca Patagônia, que, além de vender, também se propõe a reciclar as roupas.

Equal rise foi a próxima tendência abordada. "É preciso entender o que é a narrativa hegemônica. É preciso entender o que é uma minoria, por exemplo. Essa narrativa é branca, eurocêntrica, masculina e heterossexual. Tudo que não se encaixa nisso é outro", esclareceu. Neste momento, aqueles que não se enquadram nessas características começam a se questionar sobre o discurso conservador.

Em seguida, Luciana abordou Reality reinvented, que trata sobre as narrativas imersivas. Com a afirmação de Ian Forester, CCO VR Playhouse, de que "60% daquilo que a gente considera realidade vem do nosso subconsciente", trouxe uma reflexão sobre espaço, que se torna cada vez mais híbrido - físico e digital. Isso implica nas pessoas darem menos importância ao real do que aos temas que invadem a vida através de algoritmos.

Na macrotendência liquid stories, a consultora falou sobre sobre as mudanças na comunicação. "O meio é a mensagem" e "A mídia imita a vida" foram algumas das provocações expostas no telão pela palestrante. "As pessoas querem pertencer, participar, estar junto. A experiência é muito mais importante que conteúdo", destacou, ao citar fenômenos como ao vivo, sem edição, efêmero e a festivalização da cultura, com o retorno dos festivais.

Augmented me faz referência ao "eu maior". Na era em que as selfies tomam as redes sociais, as pessoas retomam o que Luciana chama de micropoder. As tecnologias entregam ainda a possibilidade de automonitoramento e criação de modelos preditivos, que entregam a sensação de pertencimento. "O mesmo acontece com o Spotify. Lá, estão expressas não só as músicas que gosto de ouvir, mas toda a minha persona, o momento que estou vivendo e estado de humor."

Antes de encerrar, deixou um questionamento para reflexão: será que nós, humanos, estamos num processo de obsolência programada? "Preferimos acreditar que estamos num processo de evolução programada", reforçou. Para ela, a humanidade tem hoje a capacidade de solucionar problemas como a fome, com a tecnologia necessária, mas nosso mundo não está preparado para isso.

Luciana é formada em Publicidade, Mestra em Comunicação Social, com ênfase em Branding e Comunicação interativa. Com 20 anos de carreira em Comunicação, atua de forma multidisciplinar em projetos de comunicação integrada, patrocínios, eventos, comunicação digital, mídias sociais e Relações Públicas. reports de pesquisa, formação de profissionais, workshops de ideação e co-criação para disrupção em diversos segmentos. 

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