Executivos discutem estratégias de mercado

Representantes da Lebes, Matriz, RBS e Paquetá subiram ao palco do ARP Meeting nesta manhã

Ministrada pelo diretor-executivo de Marketing do Grupo RBS, Marcelo Leite, o segundo painel desta terça-feira, 5, do ARP Meeting, reuniu executivos da Lebes, da Matriz, da RBS e da Paquetá. A partir da visão de CEOs, o quarteto discutiu as estratégias para enfrentar as mudanças no mercado da Comunicação diante de um auditório preenchido por, aproximadamente, 300 pessoas no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre.

O presidente da Lojas Lebes, Otelmo Drebes, afirmou que é necessário ter maior integração entre empresa e agência, que é preciso entender o que deve ser transmitido em nome da organização e onde esta quer chegar. "É importante discutir bem e deixar nas mãos de quem sabe fazer", defendeu, completando que a comunicação integrada - no seu caso, entre loja física e digital - significa informar o propósito e facilitar o acesso. No seu ponto de vista, uma questão não exclui a outra, e esse entendimento garante melhores condições de crescimento às empresas.

Na mesma linha, o diretor-executivo da Paquetá, Marcos Ravazzolli, disse que ele e Otelmo, executivos oriundos das lojas físicas, vivenciaram a chegada do e-commerce e, com ele, o entendimento da reconstrução do varejo físico. Apontando a transformação do mercado, destacou que a comunicação não deve mais ser voltada para produto e preço, e sim, para a construção da relevância dos negócios. "Passamos por uma profunda reorganização do varejo. As marcas que não tiverem significado irão sucumbir ao digital."

O CEO de Mídias da RBS, Claudio Toigo Filho, por seu turno, defendeu que a melhor estratégia é trabalhar a comunicação de forma integrada, tanto nos movimentos internos como no posicionamento das marcas e serviços do grupo para a audiência. Segundo o executivo, essa visão dos negócios gera credibilidade e engajamento por parte das pessoas, além de resultados. "O que está sendo transformado são as relações. O que mudou foi a eficiência dos vínculos e não a essência dos negócios", finalizou, acrescentando que a organização dá espaço para o que existe de melhor para os diferentes públicos que atinge.

Antes de se posicionar sobre o tema, o sócio e diretor de Negócios da Matriz, Alberto Freitas, quebrou o protocolo para pedir uma salva de palmas ao sócio-fundador da Global, Romualdo Skowronsky. "Impossível falar de Propaganda sem lembrar dessa figura importante para o nosso mercado publicitário", justificou. Dando continuidade, afirmou que o que trouxe os profissionais até aqui não, necessariamente, significa que os levará adiante. Com isso, declarou que as agências, como existem hoje em sua maioria, não existirão mais. "O papel mudou e nosso serviço é fazer produto criativo", falou, e completou com a frase 'É isso que a gente faz', fazendo alusão à expressão usada na propaganda da marca Piá.

A respeito do cenário da comunicação, o presidente do G5, João Satt, comparou-o aos furacões que abalaram os Estados Unidos: "O setor é uma ilha que foi pega antes do que o continente. Nós fomos devastados." Desta maneira, demonstrou que o negócio-agência está acabando, desmistificando que isso é culpa do digital. Para ele, a causa é a comoditização de tudo, que precisa ser enfrentada com a identificação de valor. "A partir disso, construímos os três pilares que norteiam o G5: o que é valor, como produzi-lo e comunicá-lo", disse, citando o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, que os profissionais ainda não sabem para onde ir.

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