Para CEO da Produtive, futuro do trabalho exige protagonismo

Sócio-fundador da empresa focada em carreira trouxe à Semana ARP reflexão sobre mudanças no mercado

Rafael Souto falou sobre carreira e mercado | Coletiva.net

Novos conceitos e renovação dos  processos no mercado de trabalho foram abordados pelo sócio-fundador e CEO da Produtive, Rafael Souto, durante o ARP Meeting, evento da Semana da Comunicação. No palco do Centro de Eventos do BarraShoppingSul, o executivo discorreu sobre as mudanças que constroem, aos poucos, uma nova forma de interagir com o mercado. Para ele, o cenário em que os rumos da carreira eram geridos pela empresa, que indicava os cursos e capacitações, está próximo do fim e, para manter-se interessante aos olhos das empresas, o essencial, agora, é exercer o protagonismo.

Trata-se de transformações que começaram a ocorrer há algum tempo, com a reengenharia do mercado de trabalho e a ideia da globalização ganhando força nesse período, culminando no surgimento do conceito de empregabilidade. "Foi um avanço, houve uma evolução no protagonismo do indivíduo. Se a empresa não oferece uma formação importante para a minha carreira, eu busco essa qualificação." O momento que se aproxima, segundo o palestrante, é a era da trabalhabilidade, o que representa um novo jeito de pensar das pessoas e um desafio organizacional. "É preciso refletir sobre outras formas de trabalho, que não seja só o emprego. Com isso, o indivíduo passa a ter que pensar sua carreira além do tradicional", alertou.

Para Souto, o mundo vive uma transição entre a era do emprego e a da trabalhabilidade, uma vez que os profissionais de hoje ainda foram criados sob a lógica do emprego. Ele ainda ressaltou que este não deve desaparecer na sociedade, e sim, na vida das pessoas, o que acontecerá aos poucos. "Embora as mensagens apocalípticas não sejam as que me parecem mais corretas, é preciso pensar nessa possibilidade", considerou.

Ao público de cerca de 200 pessoas, o CEO da Produtive aconselhou definir um core, aprofundar-se nele e trabalhar a visão global. "As grandes áreas não desaparecem, elas se transformam. A pergunta que cada um deve fazer é: Qual é a tendência da minha área? Quais são os conhecimentos que devo buscar? O gap de oportunidade, ou zona de ampliação do core, é a leitura que temos que ter sobre as tendências de ampliação da área."

A estratégia ideal é repensar o modelo de carreira, enfatizou Souto: "Eu preciso procurar espaços dentro da empresa e me colocar dentro dela. Se alguém tinha alguma ilusão quanto a plano linear de carreira, por favor, esqueçam isso." Como tendência, o executivo disse apostar na adoção de modelos híbridos, que mantêm a estrutura linear e permite a participação em projetos de outras áreas do negócio. "Comando e controle não combinam com protagonismo de carreira no século XXI", afirmou.

Como a essência do protagonismo de carreira, o executivo apresentou quatro 'Cs': Consideração sobre o futuro (o que significa olhar permanente de reflexão sobre a carreira não é somente um desafio das empresas), Controle sobre a própria carreira, Curiosidade e Confiança. "Por fim, precisamos investir em conversas particulares. As empresas precisam oportunizar momentos para que as pessoas falem sobre carreira dentro da organização. Essa me parece ser a forma de impulsionar esses temas e construir uma nova relação no mercado de trabalho", finalizou.

Formado em Ciências Jurídicas e Sociais e especializado em Análise Transacional, Souto já atuou com planejamento e gestão de carreira de executivos de diversas áreas, além de participar de Programas de Demissão Responsável junto a empresas nacionais e multinacionais. Também é colunista dos veículos Valor Econômico, Você S/A, Zero Hora, Women's Health e Exame.com, e membro do conselho da Amcham.

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