Walter Longo aborda macrotendências da era pós-digital

Dinâmico, ex-presidente do Grupo Abril afirmou que nunca antes as hierarquias foram questionadas

O ex-presidente do Grupo Abril Walter Longo abordou as quatro macrotendências da era pós-digital durante o primeiro painel da tarde desta terça-feira, 5, no ARP Meeting. Diretamente do Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre, o executivo afirmou que nunca a coragem de estabelecer paradigmas e de questionar as hierarquias foi tão discutida. "Esse momento é marcado por um choque de nova realidade que alterou todas as nossas premissas, e as empresas desaparecem pela falta de foco no futuro", declarou, referindo-se à gestão, que, para ele, nada mais é do que dividir o tempo entre pendência e tendências.

"Antes, uma nova era gerava nas pessoas excitação e medo", disse, exemplificando com a reação dos índios ao se depararem com os exploradores europeus: entusiasmados pelos presentes, mas desconfiados pelas roupas estranhas que usavam. "Agora, na era pós-digital, nada mais nos amedronta", apontou. Conforme Walter Longo, as mudanças não estão somente nas sensações, mas em tudo, no que resulta na transformação do extraordinário em ordinário, como a oferta de wifi - que, antes, era uma surpresa quando um estabelecimento o tinha, e, hoje, se não possui, gera indignação por parte dos clientes.

Ainda, defendeu que a revolução não acontece quando a sociedade adota as novas ferramentas, mas no cérebro das pessoas. De acordo com ele, os indivíduos vivem um período de memória infalível, localização acentuada e melhor compreensão de línguas. "Tudo por meio da brincadeira de ser Deus, onde as pessoas são, cada vez mais, oniscientes, onipotentes e onipresentes." Diante desse cenário, alertou para a necessidade de se esquecer tudo para se aprender algo.

Para finalizar, explorou as quatro macrotendências na era pós-digital: efemeridade, mutualidade, sincronicidade e tensionalidade. A primeira trata-se das mudanças estarem cada vez mais rápidas e se refletirem no comportamento das pessoas, que passam a gostar do que é imprevisível. A segunda é sobre as máquinas falarem entre si e estarem conectadas, a fim de aprender e evoluir a partir das informações que recebem de seus usuários. A terceira está relacionada ao fato de os bancos de dados se tornarem em bancos de fatos, ou seja, os momentos passam a ser mais importantes do que pensar no futuro. A quarta, por sua vez, é o esforço das marcas em serem lembradas e não passarem despercebidas: "É necessário gerar tensão para obter atenção. Isso nada mais é que tornar as histórias mais interessantes e surpreendentes."

 

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