Responsável pela campanha digital de Trump diz que não recebeu verba da Rússia

Um ano após a eleição do bilionário norte-americano, Brad Parscale falou sobre o papel das redes sociais no pleito

Brad Parscale e Michael Isikoff - Divulgação/Coletiva.net

Por Cleidi Pereira, de Lisboa, Portugal

Em 2016, no penúltimo dia da Web Summit, em Lisboa, Portugal, empreendedores e investidores receberam com incredulidade a notícia da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Um ano depois, o cérebro por trás da campanha digital que levou o bilionário à Casa Branca, Brad Parscale, subiu ao palco principal da conferência para falar sobre o 'efeito Trump'. O painel foi um dos mais tensos e mexeu com os ânimos do plateia.

A performance do entrevistador, o jornalista investigativo Michael Isikoff, correspondente da Yahoo News, foi bastante elogiada. Isikoff perguntou se, um ano depois, sem Trump ter cumprido muitas de suas promessas, Parscale não sentia que tinha enganado os eleitores. "Ele ainda tem três anos de mandato", rebateu para, logo depois, acrescentar que, na sua opinião, Trump "é um dos melhores presidentes dos últimos tempos". Da plateia, vieram as primeiras reações: "Bullshit!", alguns protestaram em inglês, o que, em português, significa bobagem. Também se ouviram tímidos aplausos.

Quando o tema passou a ser a polêmica envolvendo a possível interferência da Rússia nas eleições, o estrategista se mostrou impaciente. Ele também foi interpelado sobre seus retweets de uma conta falsa do Partido Republicano. "Isso é um problema do Twitter. Eu não recebi dinheiro da Rússia, isso é ridículo", disse.

Sobre o uso das redes sociais na campanha eleitoral, Parscale falou que o Facebook ajudou a encontrar, "de forma fácil e barata", os apoiadores de Trump e, assim, a direcionar a mensagem aos usuários mais abertos às ideias do republicano. Ele destacou, ainda, que a campanha de Hillary Clinton, a oponente de Trump em 2016, não percebeu que os Estados Unidos estavam mudando a forma de usar as redes.

Para uma eventual reeleição de Trump em 2020, Parscale deixou duas sugestões: "Volte a me contratar e continue tuitando".

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